quinta-feira, 19 de maio de 2011

UMA AMOSTRA DO MELHOR DA SANTA TERRINHA



Quatorze grupos, compostos de cinco degustadores mais um presidente de mesa, reuniram-se na última sexta-feira para definir os melhores vinhos presentes no Concurso Nacional de Vinhos de Portugal 2011, seguindo o modelo descrito na coluna da semana passada. Nessa derradeira fase foram reavaliados todos os rótulos que haviam alcançado medalha de ouro nos primeiros três dias de prova - nota acima de 89 pontos -, com o objetivo de definir os "prestige", galardão máximo concedido aos vinhos que obtiveram ao menos 94 pontos dos jurados.
Cabe destacar que cada amostra passa pelo crivo de duas mesas separadas, correspondendo este patamar mínimo à média aritmética dos dois grupos. Entraram na disputa 67 vinhos, dali saindo 16 "prestige", lista publicada ao lado em primeira mão com exclusividade para o Valor.
Alguns desses produtores estão presentes no mercado brasileiro, permitindo ao leitor ir buscá-los, ressalvando que a safra premiada pode não estar ainda comercializada no Brasil. Caso isso ocorra está indicada a disponível. Vinícolas ainda sem distribuidor por aqui são ótimas opções para importadoras buscando enriquecer seu portfólio.
A despeito da organização do concurso limitar em 25% do total o número de rótulos fortificados (também conhecidos como generosos) premiados, a categoria continua se destacando, tendo abocanhado nove dos 16 "prestige", entre eles o primeiro prêmio. Não é surpresa: além de ser uma especialidade portuguesa, a categoria enseja vinhos sedutores e que impressionam, tendendo, assim, a alcançar pontuações mais elevadas que brancos e tintos.
No que diz respeito a medalhas de ouro, a presença de fortificados foi bem menor, apenas três. As regiões que mais se destacaram foram, pela ordem Alentejo, com 14 prêmios e Douro 12, relativamente distantes das demais: Tejo e Vinhos Verdes, cinco cada, Dão, Lisboa e Península de Setúbal, três cada, e Bairrada com duas.
O CNV tem como objetivo dar um panorama dos vinhos portugueses, não havendo, por parte dos produtores, interesse em colocar à prova seus ícones, rótulos consagrados que não necessitam mais de prêmios para demonstrar qualidade. Aliás, teriam mais a perder do que a ganhar. Ainda que alguns tenham concorrido e não tenham ganho medalha - é pouco provável que isso tenha acontecido, dada a forma com que o concurso é conduzido - isso fica no anonimato, já que todas as garrafas são identificadas apenas por um número e a relação completa não é divulgada. O fato é que obter uma menção numa prova séria e especifica como esta é um reconhecido atestado de qualidade que pode servir como diferencial na acirrada concorrência hoje existente em todos os mercados.

(Fonte : Jornal Valor Econômico / imagem divulgação)

Nenhum comentário:

Postar um comentário