segunda-feira, 21 de março de 2011

TAV, UMA QUESTÃO A SER DISCUTIDA


Por Sávio Neves

A Câmara dos Deputados deverá votar nas próximas semanas a Medida Provisória 511, que dispõe recursos do Tesouro Nacional para o BNDES financiar o Trem de Alta Velocidade (TAV) ligando Rio de Janeiro - São Paulo - Campinas. Por ser uma obra de proporções gigantescas, que envolve muito dinheiro, cerca de R$ 34 bilhões - é também muito controversa.
Resgatar a ligação ferroviária entre essas três cidades e todo seu leito, é de fundamental importância. Os modais rodoviário e aéreo, nesta região, já estão saturados, e por vezes, entram facilmente em colapso. O trem é uma alternativa segura, rápida e de alta capacidade para este eixo. Em todo o mundo, o TAV introduziu um novo padrão de transporte. E nas ligações de até 500 km substituiu, com vantagens, o transporte aéreo e rodoviário, em aspectos como conforto, rapidez, segurança e menor impacto ambiental.
Precisamos avançar com a firmeza necessária, para resgatar o transporte ferroviário de passageiros no Brasil. Os trens de passageiros no Brasil sumiram desde a privatização na década de 90. Hoje são pouco mais de 30 trens operando, muitas vezes precariamente, em todo o continental Brasil.
Existem vários questionamentos legítimos quanto a demanda e custo da obra. Primeiro é importante esclarecer que este investimento não é público. O TAV será uma concessão em que os investidores deverão colocar capital próprio e o BNDES entrará com o financiamento de parte do investimento. Ou seja, o empréstimo deverá ser pago pelos concessionários. Precisamos assumir esta bandeira da modernização do transporte em nosso País, através da alternativa ferroviária, sob pena de perdermos, mais uma vez, o bonde da história.

Sávio Neves é presidente da Associação Brasileira de Operadores de Trens Turísticos e deputado federal

(Fonte & Foto: Mercado & Eventos)

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