terça-feira, 15 de março de 2011

IATA ALERTA BRASIL A CRESCER SUA COMPETITIVIDADE AÉREA


A indústria aérea brasileira tem potencial para se tornar um grande player mundial. Para isso, o país precisa adotar mudanças em sua política internacional de aviação. Essa foi a principal mensagem deixada por Giovani Bisignani, diretor Geral e CEO da International Air Transport Association (Iata), nesta terça-feira (15/03) em palestra na Câmara de Comércio Britânica, em São Paulo. "O Brasil já é o quarto maior mercado doméstico do mundo no segmento da aviação. No entanto, ele está apenas em 37º lugar no âmbito internacional. Essa situação desproporcional só poderá ser alterada com a melhora da competitividade aérea", afirmou Bisignani.
A Iata está disposta a atuar para contribuir para esse processo, atuando como consultora. De acordo com o CEO, o crescimento estável da economia e o do nível de confiança no Brasil devem ser utilizados para que mudanças estruturais e regulatórias sejam realizadas. "O modelo de controle os aeroportos no país, por exemplo é ineficaz. São Paulo, que responde por 25% do tráfego de passageiros do Brasil, trabalha com pouca capacidade. Sem transformações rápidas, o Brasil não conseguirá atingir o padrão de serviço estipulado pela Fifa para a Copa do Mundo e isso poderá destruir a credibilidade do país", explicou Bisignani.
O CEO ressaltou que as concessões para administração dos aeroportos podem ser um caminho a ser seguido, mas acompanhadas de uma regulação transparente, independente e rigorosa. Ele cita como exemplo a Índia, que após definir um processo estratégico para a aviação ergueu um aeroporto com capacidade para 35 milhões de passageiros em 36 meses. "O tempo está passando e o Brasil precisa de um plano de investimento aprovado rapidamente. Acredito que o novo governo brasileiro está empenhado em mudar esse cenário e a criação da Secretaria de Aviação Civil significa uma boa oportunidade", destacou Bisignani.
Entre as mudanças definidas pela Iata estão: a abolição da sobretaxa de 50% sobre as tarifas e da prática de preços mais altos em horários de pico; a redução da cobrança de impostos para as empresas aéreas internacionais e dos preços do combustível. Segundo Giovani Bisignani, embora tenha-se eliminado cerca de US$ 100 milhões em impostos de PIS/Cofins sobre os combustíveis em 2009, o valor práticado no Brasil é ainda 14% maior do verificado no restante da América Latina. "É preciso eficiência na gestão do tráfego aéreo e para isso os recursos devem ser aplicados corretamente", declarou. Enquanto, globalmente o combustível representa 29% do custo operacional das companhias aéreas; no Brasil, este número sobe para 37%.
Paralelamente a essas medidas, o Brasil deve apoiar ações para redução de emissões de CO2. Apesar da indústria aérea ser responsável por apenas 2% de liberação de carbono na atmosfera, novas iniciativas, de acordo com o CEO da Iata, são bem vindas. Até 2020, o segmento de aviação está comprometido a melhorar a eficiência de consumo de combustível em 1,5%. "Esse índice chegará a 50% até 2050. Para isso ocorrer com sucesso no país a solução é o uso de biocombustível, atividade que já vem sendo feita por empresas brasileiras como a Tam", declarou.

DADOS MUNDIAIS

A Iata registrou no ano de 2010 uma receita de US$ 16 bilhões para as empresas aéreas associadas. O número é positivo, especialmente depois de uma perda de lucro de US$ 50 bilhões no ano anterior. Para este ano, a situação não deve prevalecer. O motivo: o impacto do preço do combústivel com as crises de governo no Oriente Médio. A estimativa é que essa receita gire em torno de US$ 8,6 bilhões. Quanto às políticas implantadas pela associação nos últimos anos - aumento na presença de pequenas companhias aéreas e a simplificação dos negócios - a Iata gerou uma economia de US$ 17 bilhões para a indústria. No período de 2004 a 2009, essa economia foi de US$ 50 bilhões.

SAÍDA

Giovani Bisignani fez sua última visita ao Brasil como diretor geral e CEO da Iata. Após dez anos no cargo, o executivo deixa da entidade no mês de julho. Ele ficará sediado em Londres. Seu substituto será Tony Tyler, CEO da Cathay Pacific.

(Fonte : Mercado & Eventos)

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