quarta-feira, 11 de agosto de 2010

COPA 2014 : TRADE APONTA OPORTUNIDADES E AMEAÇAS PARA O EVENTO


A Copa do Mundo de 2014 oferece uma série de oportunidades ao Brasil, mas também uma gama de ameaças. Ontem, durante o evento Fiptur Copa de 2014, em Porto Alegre, empresários do setor apresentaram seus temores com a avalanche de investimentos públicos necessários para promover o evento e levantaram dúvidas sobre o legado que deixará no País.
"A Copa é da Fifa, mas o custo é do Brasil. Enquanto a entidade do futebol encontra um evento excepcionalmente rentável, o setor público se responsabiliza pela parte onerosa e deficitária", observou João Luiz Santos Moreira, presidente da Confederação Brasileira dos Convention & Visitors Bureau.
Se os aportes públicos garantissem bons índices de retorno ao País, e as melhorias permanecessem após o evento, talvez a Copa fosse indiscutivelmente benéfica, acreditam os especialistas. Mas o ônus que se tem com a construção de estádios em cidades onde certamente serão subaproveitados, a cogitação por parte do governo de alocar módulos temporários de atendimento nos aeroportos e a demora em iniciar treinamento de mão de obra apontam para soluções pontuais e temporárias, sem deixar à população avanços significativos.
Ao citar "Soccernomics", livro de Simon Kuper e Stefan Szymanski, editado no Brasil pela Tinta Negra, que aponta o que está por trás do futebol como negócio, Moreira lembrou que dificilmente um país recupera os investimentos para receber uma Copa do Mundo. O número de turistas e o tempo de permanência nas cidades-sedes geralmente é bem inferior ao esperado, o volume de empregos fica aquém dos planos iniciais e os problemas de segurança e saneamento não são supridos. Na África do Sul, por exemplo, grande parte dos empregos gerados durante a Copa deste ano já foram dissolvidos, e os estádios deixaram de ter manutenção.

(Fonte : Jornal do Comércio / RS – Foto Divulgação)

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