quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

CRISE ECONÔMICA TERMINOU PARA HOTELARIA DO BRASIL, SEGUNDO HVS

Segundo relatório divulgado hoje (28/01) da consultora HVS - Global Hospitality Services, a crise econômica da hotelaria brasileira acabou. O levantamento preliminar do desempenho dos hotéis no Brasil no 4º trimestre de 2009 trás indícios do fato.
A base de comparação desta prévia do Panorama refere-se a dois períodos (4º trim. de 2009 / 4º trim. de 2008) bastante contrastantes na economia brasileira. Nos últimos três meses de 2008 – início da crise – houve intensa desaceleração econômica, as perspectivas de retomada de crescimento eram incertas e o Real sofreu forte desvalorização – o dólar fechou dezembro cotado, em média, a R$ 2,39, enquanto em agosto, pré-crise, era R$ 1,61. Já no trimestre passado, o dólar estava novamente no patamar de R$ 1,70 e a economia apresentava sinais claros de recuperação, com perspectiva de crescimento do PIB para 2010 em até 6,5%. A mudança de cenário foi radical, em especial no que se refere ao câmbio e ao volume de negócios no país, ambos com efeitos diretos na demanda por hospedagem em território nacional.
Na média geral das cidades analisadas, todos os indicadores de desempenho tiveram melhorias, inclusive a taxa de ocupação, que voltou a crescer nos últimos três meses (+0,9%), após três trimestres de retração (de janeiro a setembro de 2009, a ocupação dos hotéis analisados apresentou queda acumulada de 5,6 pp, em comparação com o mesmo período de 2008). A recuperação da demanda é clara, acompanhada de aumentos na diária, indicando que os efeitos da crise econômica já não devem mais impactar de forma relevante a hotelaria no país.
Os hoteleiros do Rio de Janeiro encerram o ano bastante otimistas. No último trimestre, a cidade foi a que apresentou maior crescimento de demanda, puxada em especial pelo mês de dezembro (+15,9%). Tanto o segmento corporativo como o de lazer estão bastante aquecidos. Apesar da demanda aquecida, a diria média se retraiu devido a tarifas negociadas com clientes ao longo do ano (durante a crise) e à desvalorização do dólar, que afeta hotéis com grande demanda internacional. Em São Paulo, a demanda voltou a crescer no último trimestre, o que, junto ao aumento de diária, resultou no maior incremento de RevPAR (receita por apartamento) dos mercados analisados pela HVS (+7,9%). Esse excelente desempenho deve-se à estratégia dos hoteleiros em manter o aumento de diária ao longo de 2009 – uma clara aposta na rápida recuperação do mercado, que se consolida neste 4º trimestre com a elevação de 0,9% na ocupação.
Já em Salvador, as variações negativas de desempenho são explicadas principalmente pelo cancelamento de alguns eventos e pelo fato do último trimestre de 2008 ter sido beneficiado pela desvalorização do Real. Naquele ambiente de fortes incertezas e de encarecimento de viagens ao exterior, muitos brasileiros acabaram substituindo o turismo em destinos internacionais pelo mercado doméstico. Em 2009, quando o dólar voltou ao patamar de R$ 1,70, e as expectativas para economia brasileira já eram positivas, o efeito de substituição de viagens foi inverso.
A hotelaria brasileira fecha 2009 com indícios de crescimento expressivo em 2010, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, as principais economias do país. A retomada de confiança do empresariado na economia brasileira e a sinalização de vultosos investimentos públicos e privados são as principais razões para melhoria do desempenho dos hotéis no Brasil. Para conhecer essa e outras tendências do mercado nacional de hotéis, aguarde a 2ª edição anual do Panorama da Hotelaria Brasileira, a ser publicado em fevereiro pela HVS.

(Fonte : Mercado & Eventos / Folha do Turismo / 28-01-10)

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