Manoel Cardoso Linhares, vice-presidente da ABIH
Nacional e vice-presidente da FBHA, mediou, neste segundo dia de Conotel, o
painel “Economia Capitalista de Massa”. Antes de começar o debate, o VP pediu
um minuto de silencio pela hotelaria. “Toda semana fechamos hotéis no Brasil,
queremos respeito e poder igualitário [se referindo ao Airbnb]. É disso que
precisamos hoje na hotelaria”, declarou.
Para Manoel Cardoso, o momento que o país e o setor
hoteleiro vivem é inédito, com as entidades se reunindo com objetivo pedir
poder igualitário. “Não somos contra, temos que aceitar a tecnologia, mas que
paguem os mesmos impostos que a hotelaria paga”, declarou.
Em sua apresentação, Manoel Gama, presidente do
Fohb, criticou o modelo de economia compartilhada do Airbnb. Ele lembrou que o
Fohb representa 20% da hotelaria nacional, porém, em cidades como São Paulo e
Rio de Janeiro o número de quartos da plataforma chega até 27 mil, que
concorrem diretamente com a hotelaria.
Segundo Luigi Rotunno, presidente da ABR, as empresas
de economias compartilhadas geram milhões desrespeitando regras, não pagando
impostos como os hoteleiros. “O Airbnb, por exemplo, não emprega nem 3 mil
funcionários, enquanto a hotelaria tem mais de 8 milhões de colaboradores. Por
isso, não podemos dizer que essas economias geram empregos”, declarou.
Rotunno, ainda citou a falta de fiscalização nessas
empresas. “Elas não precisam justificar os serviços prestados. O Airbnb, por
exemplo, publica o que querer, seja a quantidade de quartos existentes ou seu
faturamento, não existe meio legal de auditar esses números”, disse.
Não se trata de isonomia e sim de justiça
comercial, disseram os painelistas. “O verdadeiro problema é o custo de uma
empresa existir no Brasil, enquanto eles não têm nenhum custo”, afirmou.
O presidente da ABR disse que a hotelaria não é
contra a inovação e a tecnologia, “inclusive inovamos todos os dias”. Para ele,
é fácil ser competitivo sem pagar impostos. E ele não fala so da hotelaria, mas
do receptivo também.
Finalizando Luigi questionou como o turismo pode se
posicionar diante desse caso? “Será que não fizemos nada ou não soubemos nos
posicionar na comunicação nos últimos anos? Investimos muito nos últimos anos,
fizemos esforços para nos posicionar com produtos tecnológicos melhores. Mas
sofre com todos os tributos que precisa pagar.”
(Fonte
: M&E / Imagem divulgação)
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