Ao menos três grupos desistiram de participar
do leilão de concessão dos
aeroportos de
Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS), marcado
para quinta-feira (16).
O governo espera
arrecadar pelo menos R$ 3 bilhões com as outorgas nessa rodada de licitação de
aeroportos. Os vencedores investirão R$ 6,6 bilhões.
A CCR, que já opera
em Confins (MG) com a suíça Zurich e com a Infraero; a espanhola OHL e o Pátria
Investimentos, que estudava parceria com a alemã AviAlliance, decidiram não
concorrer.
Até a conclusão deste
texto, estavam no pleito a operadora alemã Fraport, a francesa Vinci Airports e
a Corporación América, da Argentina.
A Fraport é sócia da Infraero em uma subsidiária da estatal brasileira,
e a Corporación América cuida dos aeroportos de Brasília (DF) e São Gonçalo do
Amarante (RN).
O governo espera de que a operadora suíça Zurich também dê lance no
leilão. O grupo pretendia participar da nova rodada de licitações com o fundo
brasileiro Vinci. Mas eles se desentenderam.
Os espanhóis da Aena também se mostraram interessados, mas as chances de
apresentarem proposta são consideradas pequenas pelo governo. O grupo queria
modificações no edital para facilitar sua instalação no país.
Foram apresentadas propostas para todos os aeroportos. Três deles têm
mais de um interessado.
Fortaleza é o que desperta mais interesse, porque poderá ser convertido
em "hub" internacional, um centro de conexão de voos que chegam da
Europa e dos EUA para outros destinos na América Latina. Por isso, é o
aeroporto pelo qual o governo pede mais: R$ 1,44 bilhão de lance mínimo. O
investimento será de R$ 1,4 bilhão em 30 anos.
Em relação a Porto Alegre e Salvador, são apontadas dificuldades de
engenharia e riscos ambientais.
RAZÕES DA DESISTÊNCIA
Segundo o diretor de novos negócios da CCR, Leonardo Vianna, os quatro
aeroportos exigirão investimentos maiores do que o previsto e trarão receitas
menores.
Por esse motivo, houve tentativas de impugnar o leilão, mas sem sucesso.
"Os estudos de demanda foram realizados no fim do ano passado, e há
uma defasagem que chega a 19%, no caso do aeroporto de Salvador", disse
Vianna.
Nos bastidores, o governo também considera que a ausência da CCR se deve
à discussão na Infraero em torno da reabertura do aeroporto de Pampulha, em
Belo Horizonte, para voos de fora do Estado. Caso siga adiante, essa medida vai
retirar passageiros de Confins, que fica distante da capital de Minas,
prejudicando ainda mais a rentabilidade do aeroporto.
Vianna nega que essa situação seja o motivo.
A Folha apurou que um dos motivos da desistência da OHL é
que o modelo do leilão contempla um crescimento da economia e da demanda fora
da realidade.
O Pátria não informou a razão da desistência.
(Fonte : Jornal Folha de SP / Imagem
divulgação)
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