quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

NOVOS AEROPORTOS REGIONAIS CUSTARÃO MAIS DE R$ 7,3 BI


 

Os planos do governo federal para estruturar uma malha de 270 aeroportos regionais no interior do País devem superar a estimativa original de R$ 7,3 bilhões previstos no lançamento do programa, cm dezembro de 2012. Levantamentos técnicos feitos pelo governo até agora mostraram que parte dos custos desses novos centros da aviação civil acabou subestimada, segundo apurou o “Estado”.
As empresas encarregadas de desenvolver os projetos concluíram que serão necessárias obras de maior porte para melhorar a infraestrutura e garantir serviços adequados em aeroportos fundamentais para a estratégia do governo, os chamados “médios-grandes”.
Entre os casos que o governo quer dotar de condições para receber aviões de maior porte estão os terminais de Ribeirão Preto e Bauru (SP), Governador Valadares e Patos de Minas (MG), Rondonópolis (MT), Dourados (MS), Caxias do Sul (RS) e Maringá (PR).
 
Prazo
 
A presidente Duma Rousseff quer acelerar as obras nesta primeira metade do ano. O prazo médio esperado para a conclusão dos trabalhos, sem contar eventuais recursos contra os vencedores das licitações, será de nove meses. Será adotado o Regime Diferenciado de Contratações (RDC).
A licitação do primeiro lote das obras, com 20 aeroportos, será publicada até o fim de março. As primeiras obras serão espalhadas por todas as regiões do País.
Até junho, outras 80 licitações devem estar na rua, cujos estudos de viabilidade técnica e ambiental e anteprojetos finais estão concluídos.
As licitações para as obras dos demais 170 terminais devem ficar para o fim de 2014 ou início de 2o15.
 
Subsídio
 
O modelo dos aeroportos regionais é chamado de concessão administrativa.
Com recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), o governo investirá e manterá a infraestrutura por meio da estatal Infraero.
Estados e municípios garantem o custeio e a gestão. Estão previstos subsídios para estimular novas rotas regionais e isenções de tarifas aeroportuárias com dinheiro do Fnac.
Os projetos apresentados à Secretaria de Aviação Civil (SAC) terão quatro alternativas para determinar o porte dos terminais de passageiros. Haverá opções para duas instalações maiores e duas menores. Até então, o governo trabalhava com um modelo padronizado em três dimensões - pequeno, médio e “médio-grande”.
Foram elaborados diagnósticos de infraestrutura e gestão, necessidades de investimento, projetos conceituais e termos de referência de equipamentos.
A SAC escolherá um dos quatro modelos e fará a licitação para o amplo conjunto de obras necessárias ao funcionamento básico do aeroporto.
Além do terminal, os editais devem trazer especificações para reforma e construção de pistas de pouso e decolagem, cujas extensões foram estimadas entre 1,6 mil e 2,4 mil metros.
Também entram no projeto as dimensões do pátio de manobras das aeronaves e as obras de adequação que serão realizadas no raio de até io metros das instalações principais. Os pregões serão feitos pelo sistema eletrônico do Banco do Brasil.

REDUÇÃO
 
O modelo de prospecção e relatórios prévios, elaborados por especialistas do governo antes dos anteprojetos finais, conseguiu obter redução substancial nos custos finais em alguns casos, apurou o Estado. Um lote de 32 aeroportos. por exemplo, cujo total de estudos estava orçado em 220 milhões, teve redução do custo final para R$ 8o milhões.
Em alguns casos, os levantamentos sofreram atrasos por questões técnicas. Na Região Norte, o governo teve dificuldades para encomendar os estudos de viabilidade.
Nenhuma empresa se apresentou.
A solução foi distribuir a incumbência entre as projetistas contratadas para as outras áreas. Com isso, o aeroporto de Ji-Paraná (RO), que teve os estudos preliminares concluídos em janeiro, deve ser o primeiro a ser licitado na região.

PARA LEMBRAR
 
Plano foi criado em 2012
 
Lançado em dezembro de 2012 pela presidente Dilma Rousseff, o Plano de Aviação Regional prevê ampliar o acesso da população do interior aos serviços aéreos. O governo espera a oferta de voos regulares a 96% dos habitantes que estão a menos de 100 km de distância de um aeroporto.
Da estimativa total de R$ 7,3 bilhões de investimentos no projeto anunciada pelo governo, R$ 1,7 bilhão será aplicado em 67 aeroportos na Região Norte do País e R$ 2,1 bilhões em 64 aeroportos do Nordeste.
Outros R$ 924 milhões serão gastos em 31 aeroportos do Centro-Oeste e R$ i,6 bilhão em 6 aeroportos no Sudeste. A Região Sul ficará com R$ 994 milhões divididos entre 43 aeroportos.
O Plano de Aviação Regional também incluiu a concessão dos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e Confins, em Minas Gerais, autorização para aeroportos dedicados à aviação geral, alterações em horários de chegadas e partidas de voos (slots) onde a operação chegou ao limite da capacidade e, por fim, a criação da Infraero Serviços, uma subsidiária da estatal.
Essa nova empresa, que deverá ser criada em parceria com um operador internacional, vai oferecer serviços de planejamento, consultoria, administração, apoio à operação e treinamento de pessoal, entre outros.

Expansão
270 é o total de aeroportos regionais que o governo espera estruturar no interior do País
 
(Fonte : Jornal O Estado de São Paulo)

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