Os
planos do governo federal para estruturar uma malha de 270 aeroportos regionais
no interior do País devem superar a estimativa original de R$ 7,3 bilhões
previstos no lançamento do programa, cm dezembro de 2012. Levantamentos
técnicos feitos pelo governo até agora mostraram que parte dos custos desses
novos centros da aviação civil acabou subestimada, segundo apurou o “Estado”.
As
empresas encarregadas de desenvolver os projetos concluíram que serão
necessárias obras de maior porte para melhorar a infraestrutura e garantir
serviços adequados em aeroportos fundamentais para a estratégia do governo, os
chamados “médios-grandes”.
Entre
os casos que o governo quer dotar de condições para receber aviões de maior
porte estão os terminais de Ribeirão Preto e Bauru (SP), Governador Valadares e
Patos de Minas (MG), Rondonópolis (MT), Dourados (MS), Caxias do Sul (RS) e
Maringá (PR).
Prazo
A
presidente Duma Rousseff quer acelerar as obras nesta primeira metade do ano. O
prazo médio esperado para a conclusão dos trabalhos, sem contar eventuais
recursos contra os vencedores das licitações, será de nove meses. Será adotado
o Regime Diferenciado de Contratações (RDC).
A
licitação do primeiro lote das obras, com 20 aeroportos, será publicada até o
fim de março. As primeiras obras serão espalhadas por todas as regiões do País.
Até
junho, outras 80 licitações devem estar na rua, cujos estudos de viabilidade
técnica e ambiental e anteprojetos finais estão concluídos.
As
licitações para as obras dos demais 170 terminais devem ficar para o fim de
2014 ou início de 2o15.
Subsídio
O
modelo dos aeroportos regionais é chamado de concessão administrativa.
Com recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), o governo investirá e manterá a infraestrutura por meio da estatal Infraero.
Com recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), o governo investirá e manterá a infraestrutura por meio da estatal Infraero.
Estados
e municípios garantem o custeio e a gestão. Estão previstos subsídios para
estimular novas rotas regionais e isenções de tarifas aeroportuárias com
dinheiro do Fnac.
Os
projetos apresentados à Secretaria de Aviação Civil (SAC) terão quatro
alternativas para determinar o porte dos terminais de passageiros. Haverá
opções para duas instalações maiores e duas menores. Até então, o governo
trabalhava com um modelo padronizado em três dimensões - pequeno, médio e
“médio-grande”.
Foram
elaborados diagnósticos de infraestrutura e gestão, necessidades de
investimento, projetos conceituais e termos de referência de equipamentos.
A
SAC escolherá um dos quatro modelos e fará a licitação para o amplo conjunto de
obras necessárias ao funcionamento básico do aeroporto.
Além
do terminal, os editais devem trazer especificações para reforma e construção
de pistas de pouso e decolagem, cujas extensões foram estimadas entre 1,6 mil e
2,4 mil metros.
Também
entram no projeto as dimensões do pátio de manobras das aeronaves e as obras de
adequação que serão realizadas no raio de até io metros das instalações
principais. Os pregões serão feitos pelo sistema eletrônico do Banco do Brasil.
REDUÇÃO
REDUÇÃO
O
modelo de prospecção e relatórios prévios, elaborados por especialistas do
governo antes dos anteprojetos finais, conseguiu obter redução substancial nos
custos finais em alguns casos, apurou o Estado. Um lote de 32 aeroportos. por
exemplo, cujo total de estudos estava orçado em 220 milhões, teve redução do
custo final para R$ 8o milhões.
Em
alguns casos, os levantamentos sofreram atrasos por questões técnicas. Na
Região Norte, o governo teve dificuldades para encomendar os estudos de
viabilidade.
Nenhuma
empresa se apresentou.
A
solução foi distribuir a incumbência entre as projetistas contratadas para as
outras áreas. Com isso, o aeroporto de Ji-Paraná (RO), que teve os estudos
preliminares concluídos em janeiro, deve ser o primeiro a ser licitado na
região.
PARA LEMBRAR
Plano
foi criado em 2012
Lançado
em dezembro de 2012 pela presidente Dilma Rousseff, o Plano de Aviação Regional
prevê ampliar o acesso da população do interior aos serviços aéreos. O governo
espera a oferta de voos regulares a 96% dos habitantes que estão a menos de 100
km de distância de um aeroporto.
Da
estimativa total de R$ 7,3 bilhões de investimentos no projeto anunciada pelo
governo, R$ 1,7 bilhão será aplicado em 67 aeroportos na Região Norte do País e
R$ 2,1 bilhões em 64 aeroportos do Nordeste.
Outros
R$ 924 milhões serão gastos em 31 aeroportos do Centro-Oeste e R$ i,6 bilhão em
6 aeroportos no Sudeste. A Região Sul ficará com R$ 994 milhões divididos entre
43 aeroportos.
O
Plano de Aviação Regional também incluiu a concessão dos aeroportos do Galeão,
no Rio de Janeiro, e Confins, em Minas Gerais, autorização para aeroportos
dedicados à aviação geral, alterações em horários de chegadas e partidas de
voos (slots) onde a operação chegou ao limite da capacidade e, por fim, a
criação da Infraero Serviços, uma subsidiária da estatal.
Essa
nova empresa, que deverá ser criada em parceria com um operador internacional,
vai oferecer serviços de planejamento, consultoria, administração, apoio à
operação e treinamento de pessoal, entre outros.
● Expansão
270 é o total de aeroportos
regionais que o governo espera estruturar no interior do País
(Fonte : Jornal O Estado de São
Paulo)
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