O
"room service" pode estar com os dias contados nos hotéis dos Estados
Unidos.
Um estudo
realizado naquele país pela consultoria PKF Hospitality Research demonstrou que
a receita com o serviço de alimentação nos quartos manteve, em 2012, a
tendência de queda que vem sendo apresentada nos últimos anos.
Em 2007,
o "room service" representava 1,5% da receita total dos hotéis; no
ano passado, teve peso de 1,2%. Em todos os anos que o levantamento foi
realizado, a proporção se reduziu.
Avaliações
realizadas pelos próprios hotéis têm constatado o mesmo. A rede Hilton, por
exemplo, fez uma pesquisa com 22 mil clientes e operadores, e observou uma
mudança no padrão de alimentação dos hóspedes.
Em
virtude do cenário, três modelos de lanchonete foram criados pela rede desde
outubro do ano passado. Todos privilegiam pratos rápidos e, no Hilton Midtown,
um quatro estrelas entre os maiores hotéis de Nova York -tem 1.981 quartos-, um
deles será implantado em substituição completa ao "room service".
Até o
final do mês, o hóspede que quiser fazer uma boquinha de madrugada vai ter que
descer até o lobby e pegar o tira-gosto por conta. A lanchonete Herb'n Kitchen,
do tipo self-service, funcionará 24 horas com balcões, bufê e dois salões de
decoração sóbria. No cardápio, itens como pizzas e sanduíches.
BRASIL NA
CONTRAMÃO
Segundo a
matriz do Hilton, não há previsão para a extinção do "room service"
em outras unidades da rede.
"Essa
decisão será tomada caso a caso, se acharmos que ela sirva para atender melhor
aos hóspedes", diz o porta-voz do Midtown, Mark Ricci.
A
avaliação inclui os hotéis de Belém (PA) e São Paulo (SP). No Brasil, diga-se,
a tendência é oposta à americana.
Estudos
da consultoria Jones Lang LaSalle mostram que a receita dos hotéis do país com
alimentos e bebidas, que era de R$ 13.620 por apartamento em 2010, em 2012
chegou a R$ 15.875 - aumento de 16%.
"O
crescimento da classe C criou 35 milhões de turistas, e os hotéis - em especial
resorts - souberam se adaptar a isso, cobrando mais barato por alguns serviços
e oferecendo condições flexíveis de pagamento", afirma Enrico Fermi
Torquato, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis.
A Folha
ouviu 12 grandes redes que operam no Brasil: Accor, Allia, Atlantica, BHG, Blue
Tree, Hilton, Hyatt, Melià, Othon, Slaviero, Transamérica e Windsor. Nenhuma
disse ter planos de reduzir ou interromper o serviço de quarto em alguma
unidade ou marca --exceção feita às bandeiras econômicas de algumas delas, como
ibis (Accor) e Soft Inn (BHG), que já não o oferecem.
"O
hotel econômico tem um público focado, que sabe o que espera. Nas demais
bandeiras, sabemos que o turista brasileiro gosta, principalmente na primeira
noite, de explorar ao máximo as facilidades do hotel", relata André
Lameiro, diretor de vendas da rede BHG, a terceira maior do país em número de
hotéis. "Por isso, nessas bandeiras o serviço de quarto chega a
representar 18% da receita da unidade".
Na rede
Atlantica, a segunda maior, a tendência de crescimento se repete. "Os
índices têm aumentado consideravelmente, como consequência, por exemplo, de
comodidades como internet sem fio nos apartamentos", diz Christian
Mansfield, diretor de alimentos e bebidas da marca.
(Fonte : Jornal Folha de São
Paulo)
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