quarta-feira, 3 de julho de 2013

"ROOM SERVICE" RENDE CADA VEZ MENOS PARA HOTÉIS AMERICANOS


 
O "room service" pode estar com os dias contados nos hotéis dos Estados Unidos.
Um estudo realizado naquele país pela consultoria PKF Hospitality Research demonstrou que a receita com o serviço de alimentação nos quartos manteve, em 2012, a tendência de queda que vem sendo apresentada nos últimos anos.
Em 2007, o "room service" representava 1,5% da receita total dos hotéis; no ano passado, teve peso de 1,2%. Em todos os anos que o levantamento foi realizado, a proporção se reduziu.
Avaliações realizadas pelos próprios hotéis têm constatado o mesmo. A rede Hilton, por exemplo, fez uma pesquisa com 22 mil clientes e operadores, e observou uma mudança no padrão de alimentação dos hóspedes.
Em virtude do cenário, três modelos de lanchonete foram criados pela rede desde outubro do ano passado. Todos privilegiam pratos rápidos e, no Hilton Midtown, um quatro estrelas entre os maiores hotéis de Nova York -tem 1.981 quartos-, um deles será implantado em substituição completa ao "room service".
Até o final do mês, o hóspede que quiser fazer uma boquinha de madrugada vai ter que descer até o lobby e pegar o tira-gosto por conta. A lanchonete Herb'n Kitchen, do tipo self-service, funcionará 24 horas com balcões, bufê e dois salões de decoração sóbria. No cardápio, itens como pizzas e sanduíches.
 
BRASIL NA CONTRAMÃO
 
Segundo a matriz do Hilton, não há previsão para a extinção do "room service" em outras unidades da rede.
"Essa decisão será tomada caso a caso, se acharmos que ela sirva para atender melhor aos hóspedes", diz o porta-voz do Midtown, Mark Ricci.
A avaliação inclui os hotéis de Belém (PA) e São Paulo (SP). No Brasil, diga-se, a tendência é oposta à americana.
Estudos da consultoria Jones Lang LaSalle mostram que a receita dos hotéis do país com alimentos e bebidas, que era de R$ 13.620 por apartamento em 2010, em 2012 chegou a R$ 15.875 - aumento de 16%.
"O crescimento da classe C criou 35 milhões de turistas, e os hotéis - em especial resorts - souberam se adaptar a isso, cobrando mais barato por alguns serviços e oferecendo condições flexíveis de pagamento", afirma Enrico Fermi Torquato, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis.
A Folha ouviu 12 grandes redes que operam no Brasil: Accor, Allia, Atlantica, BHG, Blue Tree, Hilton, Hyatt, Melià, Othon, Slaviero, Transamérica e Windsor. Nenhuma disse ter planos de reduzir ou interromper o serviço de quarto em alguma unidade ou marca --exceção feita às bandeiras econômicas de algumas delas, como ibis (Accor) e Soft Inn (BHG), que já não o oferecem.
"O hotel econômico tem um público focado, que sabe o que espera. Nas demais bandeiras, sabemos que o turista brasileiro gosta, principalmente na primeira noite, de explorar ao máximo as facilidades do hotel", relata André Lameiro, diretor de vendas da rede BHG, a terceira maior do país em número de hotéis. "Por isso, nessas bandeiras o serviço de quarto chega a representar 18% da receita da unidade".
Na rede Atlantica, a segunda maior, a tendência de crescimento se repete. "Os índices têm aumentado consideravelmente, como consequência, por exemplo, de comodidades como internet sem fio nos apartamentos", diz Christian Mansfield, diretor de alimentos e bebidas da marca.
 
(Fonte : Jornal Folha de São Paulo)

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