O
Brasil tem chamado a atenção de companhias aéreas internacionais que ainda não
operam no País. Pelo menos dez empresas já sinalizaram a intenção de
desembarcar em terras brasileiras. Entre os principais motivos desse movimento
estão a expectativa de expansão do comércio entre o Brasil e alguns mercados,
particularmente os emergentes, e os grandes eventos esportivos programados para
2014 e 2016.
“O
Brasil é hoje o terceiro maior mercado doméstico do mundo e tem Copa, tem
Olimpíada, que devem estimular novos negócios no País”, avalia o diretor da
Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Carlos Ebner.
Com
o aumento das relações comerciais entre Brasil e países da África, as
companhias aéreas africanas têm se destacado nesse processo. Até agora, operavam
no território brasileiro apenas a South African Airways e a TAAG - Linhas
Aéreas de Angola. Nesta semana, a Ethiopian Airline começou a operar no Brasil
e outras três empresas já sinalizaram o interesse de vir para cá (a Air
Algérie, a Royal Air Maroc e a nigeriana Arik Air).
Além
das africanas, há empresas europeias, asiáticas e latino americanas
interessadas em entrar no País. Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), em pouco mais de dois anos, ao menos dez empresas internacionais pediram
autorização para atuar no País,embora apenas duas tenham de fato iniciado voos:
a Ethiopian e a Etihad Airways, dos Emirados Árabes, que em junho inaugurou uma
rota para o São Paulo.
Segundo a Anac, já receberam autorização a chilena Sky Airline e as empresas de carga aérea Amerijet Internacional e Avient. No entanto, elas ainda não solicitaram voos.
Segundo a Anac, já receberam autorização a chilena Sky Airline e as empresas de carga aérea Amerijet Internacional e Avient. No entanto, elas ainda não solicitaram voos.
Ainda
de acordo com a agência reguladora brasileira, outras quatro empresas
solicitaram recentemente autorização, mas ainda não concluíram o processo: a
polonesa Lot Polish Airlines, a sul-coreana Asiana Airlines, a Arik Aire a
Aruba Airlines.
Além
dessas, a Cubana de Aviación, que operou no Brasil de 1993 a 2005, pretende
retomar no próximo dia 10 de julho os voos entre Havana e São Paulo, com um voo
semanal. A Royal Air Maroc, por sua vez, que operava voo para o Rio até o
início da década de 1990, planeja uma rota entre Casablanca e São Paulo até o
ano que vem.
INFRAESTRUTURA
A
vinda de algumas dessas empresas aéreas ao País pode estar sendo freada por
falta de infraestrutura aeroportuária. O presidente da GRU Airport,
concessionária que administra o aeroporto de Guarulhos, Antonio Miguel Marques,
afirmou que existe uma demanda reprimida para novas empresas no aeroporto.
“Hoje temos quatro companhias esperando lugar para entrar em Guarulhos”,
diz,referindo- se à Asiana, à Air Maroc, à espanhola AirEuropa e à alemã
AirBerlin, que conforme a Anac ainda não entrou com o pedido formal para iniciar
operações no Brasil.
Essa
demanda em Guarulhos deve ser atendida no ano que vem, quando ficará pronto o
Terminal 3 do aeroporto. Carlos Ebner, diretor da IATA, comenta que a entrada
de novas companhias em um novo mercado é um processo lento, que leva de quatro
a seis meses.
Além
de todo processo burocrático de obtenção das autorizações formais por parte da
agência reguladora e de criação de uma empresa no País, as aéreas também
precisam se preparar do ponto de vista logístico.
Cleveland
Teixeira, da Pezco Microanalysis, salienta que mudanças na regulação favoreceriam
ainda mais a vinda de companhias internacionais, como a abertura do mercado,
com o fim da restrição a capital estrangeiro na aviação doméstica, e a
permissão para as empresas internacionais realizarem operações de cabotagem,
isto é, possam transportar, durante um voo com paradas em mais de um aeroporto
brasileiro, passageiros entre dois aeroportos nacionais, o que hoje é proibido.
No
início de junho, o ministro de Aviação Civil, Moreira Franco, defendeu o fim de
limites de participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas nacionais,
desde que as empresas sejam instaladas no Brasil e obedeçam a legislação
brasileira.
(Fonte : Jornal O Estado de São
Paulo)
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