A competição é essencial para garantir investimentos em aeroportos.
Foi essa a conclusão do estudo preparado pelo Grupo de Economia da
Infraestrutura & Soluções Ambientais, da escola de administração de
empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV). O
levantamento, coordenado pelo professor da FGV
Fernando Marcato e pelo ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade), Gesner Oliveira, destaca o atraso dos aeroportos
brasileiros em relação aos de outros países.
Para que os 20 aeroportos do País atendam ao forte
crescimento da demanda, a uma taxa atual de 10% ao ano, serão necessários
investimentos entre R$ 25 bilhões e R$ 34 bilhões até 2030, aponta a pesquisa.
De acordo com Oliveira, “os aeroportos brasileiros estão em
frangalhos”. Dados da Fiesp, que constam do levantamento do grupo, mostram que
o número médio de pousos e decolagens por hora no Brasil é de 38, apenas 43% da
média internacional, que é de 88.
Segundo o estudo, será necessário investir muito para
dotar o Brasil de aeroportos adequados. “Um concessionário
privado que visa lucro e tem que prestar contas aos seus acionistas só fará
isto se houver boa regulação e concorrência para conquistar clientes”, afirma
Oliveira. O estudo traz outros dados do setor aeroportuário do
País. Mostra, por exemplo, que o tempo de liberação de cargas nos aeroportos
brasileiros é dez vezes superior à média internacional. No Brasil, esse tempo é
de 3,7 mil minutos ao ano, enquanto na média no Exterior é de apenas 324
minutos.
“O aeroporto é um mercado de duas pontas. Ele procura
atender, ao mesmo tempo, as companhias aéreas e os passageiros. Em relação às
empresas, os aeroportos competem no que diz respeito a tarifas
aeroportuárias, serviços e infraestrutura. Já para os passageiros, o
estabelecimento precisa ser dotado de atividades comerciais, qualidade e fácil
acesso”, concluiu o ex-presidente do Cade.
(Fonte : Panrotas)
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