quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

VIAGEM AO EXTERIOR BATE NOVO RECORDE


Nem mesmo a disparada do dólar frente o real serviu para reduzir o interesse do brasileiro em viajar para fora do país. Diante dos preços abusivos praticados pelas companhias aéreas, que, em alguns casos chegam a cobrar até R$ 5 mil pelo bilhete em trechos nacionais, é cada vez maior o número de turistas que optam por carimbar o passaporte nas férias. Como reflexo dessa maior procura por destinos no exterior, os gastos feitos por brasileiros em viagens a outros países somaram US$ 1,82 bilhão em novembro. O número é o maior para meses de novembro desde em 1995, quando o Banco Central (BC) começou a calcular esse item mensalmente nas contas externas.
Quando se considera o resultado acumulado no ano, esse gasto também é recorde, e remete ao início da série anual pesquisada pelo BC, de 1947. Foram, ao todo, US$ 20,2 bilhões despejados por brasileiros em viagens ao exterior.
Tamanha disposição em abrir a carteira fez a autoridade monetária recalcular a previsão para o déficit na conta de serviços com viagens. Para 2012, a estimativa é que os gastos de brasileiros no exterior superem as despesas de turistas estrangeiros no país em US$ 15,5 bilhões, um acréscimo de US$ 2 bilhões à última previsão divulgada pelo BC, de US$ 13,5 bilhões.
Para o governo, o que explica essa disparada dos gastos com viagens é a renda mais alta do trabalhador brasileiro. "O dólar é apenas uma das variáveis", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. "O crescimento da massa salarial real está em torno de 6%. Então, embora você tenha um aumento da taxa de câmbio, você também tem um aumento da renda real", afirmou.
Ontem, depois de operar três dias em alta, a moeda norte-americana encerrou o pregão cotada a R$ 2,089, queda de 0,36%. O patamar abaixo de R$ 2,10, que só foi obtido após o BC editar uma medida que, na prática, libera dólares no mercado, corrobora com a tese de que o governo trabalha com uma banda informal para o câmbio em torno de R$ 2 a R$ 2,10.
Seria de esperar, então, que um dólar mais valorizado fosse um limitador dos gastos dos brasileiros no exterior, mas não é o que projeta o BC para o ano de 2013. Ontem, a autoridade monetária divulgou a estimativa de deficit US$ 16,3 bilhões nos gastos com viagens. Para Tulio Maciel, isso significa um aumento "moderado" dessas despesas, da ordem de 5,1% sobre a previsão para o acumulado de 2012.

(Fonte : Jornal Correio Braziliense / imagem divulgação)

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