segunda-feira, 23 de julho de 2012

SÃO PAULO PRONTA PARA UM NOVO PAPEL NO CENÁRIO MUNDIAL



Por Toni Sando

São Paulo vive um novo surto de prosperidade que lhe confere um merecido papel mais arrojado no cenário mundial – e não são apenas as estatísticas e as pesquisas de grandes consultorias que apontam essa mudança.
O perfil mais internacional do centro financeiro do Brasil é uma realidade e também uma oportunidade que empreendedores e autoridades brasileiras não podem deixar passar em branco. É hora de investir no aprimoramento de serviços, eventos, infraestrutura urbana, entretenimento, enfim, em tudo o que uma grande metrópole como São Paulo precisa valorizar para consolidar sua imagem no mundo globalizado.
As páginas de jornais e revistas, a internet e a TV, ótimos termômetros das tendências na economia e na vida cotidiana, andam cada vez mais recheadas de dados e histórias que revelam a cara da nova cidade: internacional, cosmopolita, sofisticada, múltipla. Ora é o aumento no número de vistos de residência para estrangeiros, ora os voos lotados, os ingressos esgotados para vários eventos num mesmo dia, as dezenas de shopping centers com movimento intenso e os hotéis repletos de hóspedes.
Os bairros residenciais e os eixos comerciais passam por transformações a um ritmo veloz. Mais empresas chegando, mais conglomerados internacionais transferindo suas representações regionais da Cidade do México ou Miami para a metrópole. A expressiva demanda por escritórios de alto padrão na capital paulista é um exemplo do poderio desta metrópole que, segundo estudos, só perde para Nova York em número de escritórios de multinacionais no continente americano.
O Brasil desponta no cenário internacional e a cidade detentora do maior PIB do País sai necessariamente na frente, ao cumprir sua vocação de centro nacional da indústria, finanças, negócios, entretenimento e eventos. O momento agora é de criar as bases para ampliar ainda mais a visibilidade da cidade como pólo de eventos e vetor de grandes negócios.
As condições estão aí. Do café ao capital industrial, somos agora a quarta maior entre as 22 metrópoles mundiais a receber mais investimentos estrangeiros em 2011, de acordo com levantamento da consultoria KPMG. Perde apenas para Londres, centro financeiro mundial, e para duas gigantes chinesas, Xangai e Hong Kong. Vieram US$ 8,4 bilhões para São Paulo, na estimativa da Sociedade Brasileira de Estudos das Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica. Algo natural, já que aqui estão as sedes dos maiores bancos, indústrias, construtoras e consultorias brasileiras, entre outros segmentos, e uma das maiores bolsas de valores do mundo.
Uma pesquisa da revista Exame/KPMG com 74 empresas internacionais na América Latina mostrou que 68% afirmaram ter um centro de decisão dedicado à América Latina, sendo que quase a metade tem a sede latinoamericana em São Paulo – fenômeno que ganhou impulso a partir de 2007. Outro ranking, este da revista América Economia, posicionou São Paulo como a principal cidade para negócios da América Latina. Numa pesquisa com executivos, a capital paulista foi considerada a melhor plataforma para negócios no continente, só ficando atrás de Miami, que, afinal, é americana. De 2010 para cá, São Paulo passou a ter 15 novos destinos aeroportuários internacionais, totalizando 48.
Mais promissor ainda é um levantamento divulgado este mês pela PricewaterhouseCoopers, que projeta crescimento anual de 4,1%. Com isso, em 2020 São Paulo será a 13ª em produção de riquezas no mundo, com um PIB de US$ 411 bilhões, à frente de Hong Kong, Miami e Xangai. Ou seja, ganhará seis pontos em relação à sua atual posição e estará distante apenas US$ 15 bilhões em relação à 10ª colocada, Washington (US$ 426 bilhões projetados).
Tantos indicadores macroeconômicos são acompanhados por números superlativos no turismo e nos eventos. A São Paulo Turismo (SPTuris) divulgou em abril um levantamento elaborado por meio de seu núcleo de estudos e pesquisas – o Observatório do Turismo –, o qual mostrou que mais de 40% das pessoas que desembarcam no Aeroporto Internacional de São Paulo-André Franco Montoro, em Cumbica, Guarulhos, vêm à capital paulista a negócio e a trabalho.
Outro dado positivo revelado por essa sondagem, para o qual os empresários e autoridades precisam estar atentos, é o interesse dos turistas ou viajantes a negócios em retornar à cidade para a Copa do Mundo de 2014: 44,2% dos turistas brasileiros e quase 92% dos estrangeiros disseram que pretendem voltar nessa época.
Ao verificar a motivação secundária dos viajantes que vêm a negócios, a categoria lazer/turismo aparece em segundo lugar. Ou seja, os empresários também aproveitam a viagem para curtir a vida cultural, ir aos centros comerciais, ver desfiles de moda, feiras, shows ou à corrida de Fórmula 1 – a única em um país latino-americano. Isso tudo apesar de o real estar valorizado em relação às principais moedas mundiais.
A consulta aos passageiros revelou que a gastronomia, os atrativos culturais/entretenimento e as opções de compras são os itens que mais agradam aos visitantes. Mais de 80% dos entrevistados avaliaram essas atrações como boas ou ótimas. Ufa, as boas notícias são muitas. É mais do que o momento de investir, planejar e apostar com firmeza na São Paulo que é tudo de bom. Assentar as bases para multiplicar as oportunidades. O mundo está olhando para nós e não vai se decepcionar.

(Fonte : Mercado & Eventos - Toni Sando é presidente executivo do São Paulo Convention & Visitors Bureau -SPCVB))

Nenhum comentário:

Postar um comentário