O
presidente da Associação de Hotéis Roteiros de Charme, Helenio Waddington, foi
o único hoteleiro do Brasil convidado a participar do congresso Green Innovation in Tourism, promovido
pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) dentro da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Ele disse à Agência Brasil que fazer turismo
sustentável "não é fácil", e que funciona, na prática, com muito
esforço.
Autor do
primeiro código de ética e conduta ambiental da hotelaria mundial, aprovado
pela Organização das Nações Unidas (ONU) como referência internacional,
Waddington declarou que a primeira tarefa a ser desenvolvida no caminho do
turismo sustentável é convencer os empresários. "É fazer eles entenderem
que vale a pena, que é rentável, que ele é mais eficaz como empresa tentando
ser sustentável. Porque as práticas que ele adota representam redução de
custos. E isso é bom para as empresas", disse.
Segundo
ele, não há como desvincular, no caso da hotelaria, o viés econômico do
ambiental. Após o trabalho de convencimento do empresariado, tem início a fase
de implementação do conceito sustentável dentro de cada hotel, a partir de um
modelo que identifica onde estão as causas do impacto ambiental, passando pela
conscientização dos funcionários, até chegar aos gestores e proprietários dos
empreendimentos.
A
mobilização dos hóspedes também é uma meta a ser alcançada. Hoje, na avaliação
de Waddington, esse processo é mais fácil. Ele deve ser buscado por meio de
informação completa, sem prejudicar a expectativa de qualidade e conforto dos
hóspedes. "Se ele [hóspede] não for bem informado, não adere",
ressaltou.
Segundo o
presidente da Associação de Hotéis Roteiros de Charme, o turismo sustentável
está se expandindo lentamente no mundo e abrange, em especial, os hotéis de
pequeno e médio porte que, no Brasil, representam cerca de 90% dos meios de
hospedagem. No mundo, os pequenos empreendimentos correspondem a 80% da hotelaria,
enquanto 20% são as grandes cadeias. Considerando que os cinco mil municípios
brasileiros têm até dez hotéis de pequeno e médio porte cada, ele estimou que o
segmento reúne em torno de 50 mil hotéis no país. Desses, entretanto, apenas 1%
adota a sustentabilidade.
A
Associação Roteiros de Charme abriga 55 hotéis que irradiam as normas de
sustentabilidade para 250 empreendimentos, sem nenhuma subvenção governamental.
Pioneiro na luta pelas causas ambientais na hotelaria nacional, há 20 anos,
Waddington defendeu uma ação inteligente dos governos federal, estaduais e
municipais para que as ações e verbas direcionadas ao turismo sustentável
cheguem às pequenas cidades.
A criação
de reservas legais para manter preservadas as matas também é um caminho que deve
ser incentivado no setor. Ele destacou ainda a importância e prioridade que
devem ser dadas à educação. "Todo processo é mudança de postura. Eu diria
que em todo código ambiental nosso, 80% são educação e 20% são mudança para
equipamentos mais eficientes".
(Fonte : Ag. Brasil de
Notícias)
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