Com a crise internacional, os novos empréstimos de empresas e bancos no
exterior despencarão neste ano, chegando a um nível irrisório, segundo nova
projeção do Banco Central divulgada no ultimo dia 22.
Se os financiamentos tomados no exterior no ano passado totalizaram US$
47 bilhões, o montante será de somente US$ 100 milhões neste ano -o pior
resultado desde 2007, quando houve saída de recursos.
A projeção anterior, divulgada em março, era que os empréstimos alcançassem
US$ 6,9 bilhões neste ano. Os números dizem respeito aos financiamentos de
médio e longo prazo, com vencimento acima de um ano.
De acordo com especialistas, os bancos e empresas têm até conseguido
renovar suas dívidas em linhas externas, mas não conseguem novos empréstimos.
"Em épocas de grande turbulência global, há alta aversão ao
risco", resume Gabriel Hartung, economista da BBM Investimentos. "E,
apesar de a situação econômica do Brasil ter melhorado, não deixamos de
representar risco."
Na semana passada, em um esforço para facilitar o acesso ao crédito em
meio à deterioração do cenário externo, o governo reduziu de cinco para dois
anos o prazo dos empréstimos tomados no exterior sujeitos à taxação.
O BC disse esperar que a taxa de rolagem dos empréstimos externos totais
seja de 100% em 2012. Isso quer dizer que as empresas e bancos devem conseguir
crédito somente em volume comparável aos vencimentos de suas dívidas. A cada
US$ 100 em empréstimos vencidos e pagos este ano, as empresas e bancos obterão
US$ 100 em empréstimos.
Para se ter uma ideia, a taxa de rolagem no ano passado foi de 460%.
O BC também reduziu -de US$ 12 bilhões para US$ 8 bilhões- sua projeção
para os investimentos estrangeiros em ações.
A estimativa para os investimentos estrangeiros no setor produtivo,
tradicionalmente menos voláteis, foi mantida em US$ 50 bilhões contra os US$
66,7 bilhões do ano passado.
(Fonte : Jornal Folha de S.
Paulo)
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