quinta-feira, 31 de maio de 2012

RIO + 20 - CÚPULA NÃO VAI COMPENSAR POLUIÇÃO DE VOOS


Principal fonte de emissões de gases do efeito estufa na Rio+20, as viagens aéreas dos participantes da conferência não serão compensadas pelo comitê criado pelo governo brasileiro para o evento.
Segundo o órgão, caberá a cada país decidir se neutralizará ou não as emissões geradas pelo transporte aéreo de suas delegações.
Já as emissões geradas no evento propriamente dito serão compensadas pelo comitê organizador. Segundo o ministro Laudemar Aguiar, secretário nacional da Rio+20, isso será feito com créditos de carbono provenientes de projetos brasileiros reconhecidos pela ONU. Esses créditos, que podem vir de projetos de eficiência energética, por exemplo, serão doados por empresas brasileiras, que não tiveram o nome divulgado.
A estimativa preliminar do comitê é que as emissões oriundas do transporte terrestre oficial, do consumo de energia elétrica e de combustíveis e da geração de resíduos sólidos na conferência cheguem ao equivalente a 5.000 toneladas de CO2.
Esse valor equivale às emissões de 714 pessoas durante um ano inteiro, considerando-se a média atual de sete toneladas per capita.
Já uma viagem aérea entre a Europa e o Brasil, na classe econômica, emite cerca de uma tonelada de CO2 equivalente. O comitê diz não estar negligenciando a questão. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, será disponibilizado aos participantes um aplicativo para o cálculo das emissões das viagens.
A ideia é que, de posse desses dados, os países também usem créditos de carbono de projetos brasileiros para neutralizar seus impactos.

CONFIRMAÇÕES

Segundo Aguiar, 176 países já confirmaram participação na Rio+20. Desses, 102 enviarão seus chefes de Estado ou de governo.
Para garantir a segurança dos participantes, o Riocentro terá um sistema de detecção de ameaças químicas, radiológicas e biológicas. São esperadas até 38 mil pessoas por dia nos eventos.
No total, a Rio+20 ocupará uma área quase quatro vezes maior do que a da Rio-92, ocorrida há 20 anos.
Apenas no Riocentro, serão cerca de 100 mil metros quadrados de área construída. O local, que ontem ainda estava em obras, será entregue para a ONU no dia 5.

EMPRESAS LIDAM MELHOR COM METAS, DIZ ONU

Representantes da ONU afirmam que a iniciativa privada tende a ser mais ousada ao fixar metas para o desenvolvimento sustentável que os governos dos países que participarão da Rio+20, conferência que ocorre em junho no Rio de Janeiro.
"Sabemos das dificuldades dos governos, mas as companhias gostam de ter objetivos e de medir resultados", disse George Kell, da Global Impact, órgão da ONU que busca engajar as empresas em políticas sustentáveis e inclusivas.
A organização fará um fórum no Rio que reunirá o setor privado a partir do dia 15 de junho. Segundo ele, companhias brasileiras mostram disposição para adotar políticas mais sustentáveis.
Na negociação no âmbito da ONU, minúcias travam as tratativas. A poucas semanas da cúpula, há diversos pontos de divergência entre os países, que resistem em estabelecer metas para a chamada economia verde.
Aron Belinky, coordenador da ONG Vitae Civillis, afirma que as discussões ontem avançaram mais que nos dias anteriores, mas avalia que muitos temas importantes só serão negociados às vésperas da conferência.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo)

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