segunda-feira, 18 de abril de 2011

PRESIDENTE DA EMBRATUR TEME QUEDA DO TURISMO INTERNO POR CAUSA DOS ALTOS PREÇOS



A Embratur não registrou, até o momento, diminuição do turismo interno em relação à entrada de turistas estrangeiros no Brasil, apesar de o gasto dos brasileiros no exterior ter aumentado 52% no ano passado, em comparação a 2009. Esse foi o maior crescimento de gastos com turismo de um país no mundo, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT). O presidente da Embratur, Mário Moysés, admitiu, entretanto, que pode vir a ocorrer a redução do fluxo do turismo interno, em comparação com o número de visitantes externos no país. “Porque, na verdade, o mercado é um só. É um mercado internacional e os destinos de fora podem concorrer com os de dentro. Até hoje, como houve um ingresso muito grande de novos turistas, não houve um impacto de arrefecimento da atividade do mercado interno em face da concorrência de destinos de fora”. De acordo com dados divulgados hoje (15) pelo presidente da Embratur no Brazil International Tourism Exchange (Brite), no Rio de Janeiro, a média de gastos do turista estrangeiro no Brasil foi de US$ 1,146 mil em 2010 contra US$ 1,104 mil no ano anterior. Esse valor se refere ao período de permanência média de dez dias no país. O fluxo de turistas estrangeiro cresceu 7,48% no ano passado. Os países da América do Sul enviaram ao Brasil mais de 2 milhões de turistas em 2010, liderados pela Argentina, com quase 1,4 milhão turistas. Do total de visitantes estrangeiros, 45% vieram ao Brasil em viagem de lazer, 25% a negócios e 30% para visitar amigos e parentes, fazer tratamento de saúde ou estudar.

APESAR DO REAL VALORIZADO, NÚMERO DE TURISTAS ESTRANGEIROS NO BRASIL DEVE CRESCER 7% ESTE ANO

A entrada de turistas estrangeiros no Brasil deverá crescer, este ano, entre 6% e 7%, aumentando o ritmo nos anos seguintes, disse hoje (15) o presidente da Embratur, Mário Moysés, após abrir o Brazil International Tourism Exchange (Brite) , no Rio de Janeiro. “Há um interesse maior pelo Brasil nos últimos anos, não só como destino turístico, mas porque a inserção do país no mundo também aumentou. E isso tem impacto no turismo”, explicou. Segundo Moysés, as companhias aéreas nacionais e estrangeiras estão oferecendo mais voos e maior variedade de destinos. Empresas como Alitalia e Lufthansa retomam este ano os voos da Europa para o Rio de Janeiro. A Emirate (dos Emirados Árabes) anunciou também que a partir de 3 de janeiro de 2012 começará a operar a linha para do Oriente Médio para o Rio de Janeiro. “Esse é um elemento importante para o crescimento: aumentar a oferta de voos”. O problema, para Moysés, é o real valorizado, que deixa o Brasil caro para os turistas estrangeiros. “Temos um desafio com o câmbio, que torna os preços dos produtos turísticos brasileiros mais elevados. Além disso, o mercado doméstico muito aquecido acaba gerando um patamar de preço mais elevado”. Para concorrer no mercado internacional, diante dessa conjuntura, Moysés destacou que é preciso mostrar um produto agregado turístico de maior valor. Isso envolve tradições culturais, gastronomia, artesanato, música e aspectos regionais. ”Com mais conectividade e melhoria de infraestrutura, isso vai permitir que a gente atraia mais turistas”. Quanto aos hotéis, Moysés lembrou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem uma linha de crédito especifica para o setor, com taxas especiais. O setor privado está investindo mais na área de hotelaria. Na prefeitura do Rio de Janeiro, o presidente da Embratur foi informado que está projetada a oferta de 3 mil novos quartos para a Copa de 2014. “E a programação da expansão é 10 mil apartamentos novos até 2016”. Em São Paulo, o parque de 42 mil quartos está ficando pequeno. “É um bom problema, sob o ponto de vista de que você tem um crescimento muito forte e precisa responder a ele”. Advertiu, porém, que esse é um negócio privado da hotelaria. Cabe ao governo fomentar e criar condições de financiamento e outros incentivos ao setor. “E a resposta do setor privado está começando a aparecer, principalmente aqui no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras que estão precisando de mais hotéis”.

ENTRADA DE TURISTAS ESTRANGEIROS NO BRASIL ATINGE MELHOR MARCA DESDE 2005

No ano passado, o Brasil recebeu 5,161 milhões de turistas estrangeiros, o que representou um aumento de 7,48% em relação a 2009. Os números foram anunciados hoje (15) pelo presidente da Embratur, Mário Moysés, na abertura do Brazil International Tourism Exchange (Brite), no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. “É o melhor resultado que nós temos de entrada de turistas estrangeiros desde 2005. Superou a entrada de vários anos anteriores”, disse Moysés. Os números revelam ainda resultado bastante significativo em relação à entrada de visitantes provenientes de países sul-americanos, que cresceu 13,7% em 2010. “Isso é extremamente importante porque, no turismo internacional, seus vizinhos mais próximos são uma fonte de turistas e de receita para a indústria turística. Não é diferente na Europa e na relação entre o México e os Estados Unidos”. Ele lembrou que o México recebe mais turistas do que o Brasil, a maioria do vizinho Estados Unidos. O presidente da Embratur reconheceu que há a necessidade de o Brasil melhorar os números referentes ao turismo. O governo vai continuar estimulando a vinda de turistas europeus. O mesmo ocorre em relação aos norte-americanos, cuja entrada no Brasil cresceu 6% no ano passado. Sobre os Estados Unidos, em particular, Moysés informou que a Embratur vai desenvolver este ano uma campanha forte de atração de visitantes daquele país. O trabalho deverá contar com a parceria do governo fluminense. Mas ele reforçou que é preciso trabalhar mais a América do Sul. Só o fluxo de turistas do Chile mostrou aumento de 17% no Brasil em 2010. A entrada dos turistas chilenos é importante porque a relação cambial não piorou tanto em relação ao Brasil, cuja moeda está supervalorizada, o que eleva os preços dos produtos turísticos nacionais, analisou Moysés. Observou também que o crescimento das economias de vários países da América do Sul foi significativo nos últimos anos, o que reforça a necessidade de aumentar a entrada de turistas dessas nações no Brasil. “Nós precisamos trabalhar a conectividade com esses países. Hoje, o número de ligações diretas desses países para o Brasil é muito pequeno”. Para o Nordeste, por exemplo, não há voos comerciais regulares diretos, sublinhou. O mesmo ocorre em relação à Amazônia e ao Centro-Oeste. No lado interno, o desafio consiste em investir na infraestrutura turística, na melhoria dos serviços e da hotelaria nacional, “porque o bonde está passando na frente do Brasil e não vai passar outro bonde. A gente vai subir nesse bonde e precisa ter coragem para fazer isso, precisa ter responsabilidade. E essa é uma exigência que a gente precisa colocar para todos nós, setor público e privado, trabalhando juntos e ajudando a vender o Brasil para o nosso povo e para o povo de todo mundo”. A meta é inserir o Brasil entre os principais destinos turísticos mundiais, disse o presidente da Embratur.

(Fonte : Ag. Brasil de Notícias / imagem divulgação)

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