terça-feira, 10 de agosto de 2010

CHINA PROMETE ABRIR MERCADO TURÍSTICO A AGÊNCIAS DE CAPITAIS ESTRANGEIROS


A partir do dia 15 de agosto, Canadá e Sérvia serão incluídas na lista de destinos turísticos dos chineses. O estatuto permite aos cidadãos chineses viajar em grupo sem necessidade de visto de saída àqueles dois países. A China, considerada pela Organização Mundial do Turismo (OMT) como "o quarto maior consumidor turístico" do planeta, leva o boom à venda de varejo local desses destinos. Segundo as autoridades chinesas, o país deve abrir gradualmente o negócio de pacotes voltados a viagens ao exterior às agências turísticas de capitais estrangeiros estabelecidas na China. As enormes oportunidades que a decisão pode trazer às agências mundiais chamaram a atenção de vários países.
Wang, com 55 anos de idade, acabou de voltar do Japão. Ela ficou contente ao ouvir a notícia de que serão permitidos, no futuro, os pacotes de viagens ao exterior organizados pelas agências de capitais estrangeiros.
"Acho muito legal. Assim os consumidores terão mais opções ao selecionar agências turísticas quando quiserem visitar outros países. Acredito que tanto os preços quanto os serviços serão aprimorados. Desta vez, não contratei nenhuma agência para viajar o Japão. Depois de chegar lá, uma agência turística local nos apresentou muitos itinerários novos. Como elas estão familiarizadas com a situação local, o serviço foi muito satisfatório", disse Wang.
Até o momento, 140 países e regiões decidiram abrir seu mercado turístico a grupos de viajantes chineses. Cento e quatro deles já colocaram em funcionamento os acordos assinados. Em 2009, 47,7 milhões de chineses viajaram no exterior, apesar da sombra da crise financeira que ainda circulava sobre o mundo e da epidemia H1N1. Os dados do primeiro semestre deste ano continuam otimistas. O número de visitas ao exterior já superou 26,85 milhões, e o montante até o final do ano deve ultrapassar o resultado do ano passado, atingindo 53 milhões.
Apesar do boom apresentado no mercado, as agências de capitais estrangeiros encontravam-se em um dilema neste país asiático. Como elas podiam atuar somente nos negócios relacionados com pacotes domésticos e atendimento dos turistas estrangeiros à China, não conseguiam desempenhos satisfatórios. Para os consumidores chineses, o tratamento de formalidades para a saída do país e a qualidade dos pacotes são os fatores que mais preocupam ao planejar uma viagem ao exterior. As agências de capitais estrangeiros têm obviamente muita vantagem nestes aspectos.
Kintetsu, a segunda maior agência turística no Japão, estabeleceu já em 1984 uma representação na China. O presidente da Kintetsu na China, Goke Susumu, disse que a empresa mantém alta perspetiva com o relaxamento da política e já começou os preparativos.
"As agências estrangeiras têm muita expectativa com a nova política. O alargamento do critério do acesso vai dar mais oportunidades às empresas de capitais estrangeiros. Esperamos que a nova política seja efetuada o mais cedo possível. Estamos elaborando propostas de viagens ao Japão. Pedimos também aos funcionários que trabalham na China para apresentar os pontos turísticos do Japão aos clientes chineses, para que eles sintam o fascínio do nosso país", disse Goke Susumu.
Para especialistas do segmento, a entrada de capitais estrangeiros no mercado de viagens ao exterior deve impulsionar a prosperidade do turismo. O vice-presidente da Academia do Turismo, Dai Bin, disse que a concorrência benigna vai vitalizar o mercado.
"As autoridades responsáveis pelo turismo e pelos investimentos estrangeiros estão estudando a abertura do mercado de viagem ao exterior às agências de capitais estrangeiros. Isso implica a chegada de uma era mais aberta. As empresas com modelo mais tradicional vão sentir pressão da concorrência. Elas vão precisar se dedicar mais na pesquisa de mercado e na prestação dos melhores serviços aos clientes. O segmento vai ser beneficiado com um desenvolvimento sustentável", disse Dai.
A decisão vai levar impacto às agências chinesas? O diretor da Administração do Turismo, Shao Qiwei, acredita que a nova política vai favorecer o crescimento do setor turístico a longo prazo.
"No início da abertura, agências chinesas vão enfrentar desafios. Mas acredito que as empresas chinesas têm capacidade de resistência, já que o país ingressou na Organização Mundial do Comércio (OMC) há tanto tempo", opinou Chao.


(Fonte : CRI Online / Foto Divulgação)

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