quinta-feira, 6 de maio de 2010

EUA IMPÕEM CHECAGEM MAIS ÁGIL DE VIAJANTE


Após suspeito quase fugir, governo ordena que companhias aéreas verifiquem atualizações em lista de proibidos de voar a cada 2 horas

O Departamento de Segurança Doméstica dos EUA determinou ontem que as companhias aéreas chequem com mais rapidez a chamada "no-fly list", com nomes de pessoas proibidas de viajar de avião.
Até ontem, as empresas tinham 24 horas para verificar possíveis atualizações na lista. A partir de agora, devem fazê-lo a cada duas horas.
O nome do suspeito Faisal Shahzad, 30, que admitiu ter tentado detonar uma bomba na Times Square, em Nova York, no sábado, foi adicionado à lista por volta das 12h30 (locais) da segunda-feira, a pedido do FBI.
Minutos depois, todas as companhias aéreas receberam uma notificação de atualização da lista. Mesmo assim, o paquistanês naturalizado americano conseguiu comprar uma passagem de Nova York para Dubai, às 19h35, em dinheiro.
A equipe do FBI encarregada de vigiá-lo perdeu-o de vista e não viu o momento em que ele foi ao aeroporto. O governo só localizou o acusado quando, após o embarque, a Emirates enviou ao Departamento de Segurança a lista de passageiros, um procedimento de rotina.
Às 23h locais, analistas descobriram que Shahzad estava a bordo do voo para Dubai, de onde pretendia viajar ao Paquistão. Pouco depois, quando o avião estava prestes a decolar, ele foi preso. "Estava esperando vocês. São da polícia de Nova York ou do FBI?", disse Shahzad, ao ser abordado. Eram agentes da imigração dos EUA.
Para os envolvidos na investigação, ele já sabia que estava sendo procurado por causa da divulgação de que o Pathfinder usado no crime havia sido comprado em Connecticut.
A empresa aérea Emirates divulgou ontem um comunicado para dizer que "cooperou com e respondeu imediatamente às autoridades locais e federais" no caso.
Segundo a companhia, a lista foi checada horas antes do voo, mas o suspeito ainda não havia comprado a passagem. A Emirates afirmou cumprir todos os procedimentos de segurança exigidos pelo governo.
Os EUA ainda tentam descobrir possíveis ligações de Shahzad com grupos terroristas. Ao ser interrogado, anteontem, o suspeito afirmou ter recebido treinamento no Paquistão.

Taleban

Ontem, o Taleban paquistanês, que reivindicara a autoria do atentado, negou à CNN conexões com o suspeito. Azam Tariq, porta-voz da organização, afirmou, porém, que Shahzad agiu "muito bem". Ele ameaçou os EUA ao dizer que integrantes do grupo foram enviados ao país e que os "resultados" serão evidentes em breve.
Horas depois, porém, uma fonte da polícia paquistanesa afirmou à CNN que o suspeito se encontrou com "um ou mais líderes" do Taleban no país em julho de 2009. Ele foi levado à reunião por um homem que foi preso anteontem em Karachi e que, segundo autoridades, é ligado ao grupo extremista Jaish-e-Mohammed, próximo à Al Qaeda e ao Taleban.
Ontem, o porta-voz da Chancelaria dos EUA, Phillip Crowley, elogiou a colaboração dos paquistaneses na investigação. "Eles reconhecem, como nós, que essa é uma responsabilidade dividida e uma ameaça dividida entre nós", disse.
O Paquistão ontem deu continuidade às detenções de familiares e amigos de Shahzad. O governo não divulgou quantas pessoas já foram presas.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo)

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