segunda-feira, 22 de março de 2010

JANTAR NO CÉU É RODA-GIGANTE COM SERVIÇO DE BORDO


Do alto dos 50 metros do guindaste que ergue a mesa de jantar, o publicitário Rafael Carmineti liga para a mãe e diz: "É como se estivéssemos no restaurante do Terraço Itália sem chão nem paredes".
Quem passa pela marginal Pinheiros não entende bem o que é aquilo, e não raro alguns carros param para perguntar o que é o cubo pendurado sobre a pista do Jockey Club.
De disco voador a plataforma de "bungee jumping" coletivo, já disseram de tudo. A verdade é que aquilo é uma roda-gigante com serviço de bordo.
Após passar por 30 países - e com algum desentendimento com a prefeitura, que não deixou que a estrutura fosse montada no parque Ibirapuera - o "dinner in the sky", ou o "jantar no céu", ao pé da letra, começou a temporada em São Paulo.
Antes de subir, os convidados perguntam: E se o guardanapo voar? Não voa, tem prendedor. E se der vontade de ir ao banheiro? A mesa desce. E se chover? Ninguém sobe, mas o convescote é remarcado.
A estrutura, trazida da Bélgica, sobe tão devagar que as taças e os talheres nem se mexem. "Frio na barriga vai dar, não tem jeito, mas depois de algumas taças de champanhe passa", diz Eduardo Lovro, um dos empresários que trouxeram o restaurante ao Brasil.
Como a mesa só tem lugar para 22 pessoas, o preço do jantar é salgado -R$ 600. A comida não é uma Brastemp, patrocinadora do evento, nem poderia ser. "Saímos com os pratos quentes, mas eles perdem calor. É comida de avião, não dá para ser igual à de um restaurante", diz o chef Fred Frank.
Uma hora e meia depois, a sala de jantar desce. Como num parque de diversões, todos aplaudem. Lá embaixo, os próximos convidados abordam os 22 passageiros para saber como foi o voo. Balança, mas não cai.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo / Ed. Cotidiano / 22-03-10 - Foto Divulgação
)

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