quarta-feira, 24 de março de 2010

CONSENSO E ARTICULAÇÃO MARCAM ENCONTRO NA BAHIA

A matriz de classificação dos resorts esteve em discussão em Salvador, no começo desta semana. Próxima reunião será em Cuiabá (MT), no fim do mês

Representantes do Ministério do Turismo (MTur), Secretaria de Turismo da Bahia, associações, sindicatos e do trade turístico estiveram reunidos nesta segunda (22) e terça-feira (23) em Salvador (BA), para construir a nova matriz de classificação dos resorts. Depois de consolidado, o trabalho estará no site www.turismo.gov.br para consulta pública. O processo de classificação é voluntário, mas essencial para que turistas possam viajar sabendo, claramente, o tipo de hotel em que se hospedarão.
Os hotéis foram divididos em oito segmentos (urbano, fazenda, de selva, resort, flat, pousada, histórico e cama e café) e a classificação será em estrelas – simbologia utilizada internacionalmente. Hotéis que não estejam inseridos no processo de classificação não poderão usar qualquer símbolo que remeta às estrelas. A matriz para hotéis urbanos já está no site para consulta. O próximo encontro será em Cuiabá (MT), dias 30 e 31 próximos, quando se discutirão os requisitos eletivos e mandatórios para classificar os hotéis fazenda.

Tendência internacional

Na mesa de abertura do encontro, na noite de ontem, Silvânia Capanema, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) de Minas Gerais, representando a ABIH nacional, declarou que é necessário deixar o passado e seguir em frente. “A classificação é uma tendência internacional. A própria União Européia está trabalhando em uma matriz única.”
Silvânia afirma que sua posição é de conciliação e articulação dentro da ABIH e outras entidades para chegar a um consenso. Entende que há a necessidade de fazer uma classificação, principalmente com a proximidade da Copa: “É a hora e vez de mostrar para o mundo que temos uma boa hotelaria”. E acrescentou que entendeu que a classificação não é obrigatória. “Não pode cercear os hoteleiros aos processos licitatórios ou ao acesso ao crédito. A norma tem que ser clara e transparente.”
Segundo o presidente do Conselho Baiano de Turismo, Silvio Pessoa, o tema da classificação é muito polêmico. “Mas agora está claro que haverá consulta a todos. Estão todos mais tranqüilos.”
Leonardo Machado, do Inmetro, instituto parceiro do Ministério do Turismo no desenvolvimento do sistema de classificação hoteleira, lembrou que trabalha com a confiança da população. “Nosso know-how é conferir se os requisitos estabelecidos em normas estão sendo cumpridos”. Também tratou da importância da capilaridade dos Institutos de Pesos e Medidas (Ipem) nos estados, que atuarão orientados pelo Inmetro na hora de avaliar e auditar os hotéis brasileiros. Além dos Ipems, auditores acreditados realizarão as avaliações.
Presente ao evento, o Secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, decidiu polemizar. Leonelli destacou a participação democrática de todos, mas defendeu a obrigatoriedade da classificação. “Sou a favor de uma espécie de coerção democrática para que a classificação seja aceita. Uma classificação que não seja obrigatória corre o risco de não ser eficiente”.
De acordo com Ricardo Moesch, diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento turístico do MTur, no entanto, a obrigatoriedade foi revista em vários países do mundo. A construção coletiva das matrizes, diz ele, é que pode garantir o interesse dos empresários para que manifestem o desejo de serem classificados.
“A fiscalização se dará pelas secretarias de Turismo, que serão capacitadas. Para isso, o ministério assinou convênio e vai equipar as secretarias e capacitar os servidores. O processo será supervisionado por entidades representativas do setor”, esclareceu Moesch.

(Fonte : Ministério do Turismo)

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