O
desempenho da Gol em fevereiro permitiu à empresa reduzir em 85% a diferença,
em termos de demanda, que a separa da líder do mercado TAM, controlada pela
Latam, na comparação com os números que existiam no mesmo mês de 2013.
Em
fevereiro do ano passado a Gol tinha uma demanda 18,2% menor que a da TAM - em
termos de passageiros transportados por quilômetros voados (RPK, na sigla em
inglês), indicador mais usado pela indústria da aviação. Mas como no mês
passado, a Gol cresceu 19,5% e a TAM teve avanço de apenas 0,5%, nesse mesmo
indicador, a diferença entra as duas passou a ser de apenas 2,73%.
Analistas
de mercado apontam que enquanto a TAM ainda está em meio ao processo de captura
de sinergias após a fusão com a chilena LAN; a Gol já está colhendo os resultados
do forte ajuste feito a partir de meados de 2012 - que incluiu o corte de 3 mil
funcionários, redução de 15% na oferta, foco em receitas extras por meio de
assentos com maior espaço e venda de produtos a borde em vez de distribuição
gratuita de alimentos e bebidas.
Com
essas ações, a Gol elevou a receita por passageiro (Prask, na sigla em inglês)
em 27% em fevereiro, ante o mesmo mês do ano passado. A taxa de ocupação, na
mesma base, 12,7 pontos percentuais, a 76,7%. E a combinação desses dois indicadores
sustentou o aumento da tarifa paga por cada passageiro (yield) em 6%.
"Os
números de fevereiro corroboram o começo de ano positivo para a Gol, um
importante indicador antecedente para o desempenho do primeiro trimestre de
2014", disse o analista do Banco do Brasil Investimentos, Mário Bernardes
Junior.
Já os analistas do Bank of America Merrill Lynch, liderados por Sara Delfim, ponderaram, em relatório, que a Gol se beneficiou de uma base de comparação baixa em fevereiro de 2013 - naquela época a empresa estava bem no meio do processo de reestruturação. Esses profissionais também apontaram que a aérea foi favorecida por eventos pontuais, como o Carnaval, que começou no último fim de semana de fevereiro e terminou em março.
Já os analistas do Bank of America Merrill Lynch, liderados por Sara Delfim, ponderaram, em relatório, que a Gol se beneficiou de uma base de comparação baixa em fevereiro de 2013 - naquela época a empresa estava bem no meio do processo de reestruturação. Esses profissionais também apontaram que a aérea foi favorecida por eventos pontuais, como o Carnaval, que começou no último fim de semana de fevereiro e terminou em março.
A
Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) projeta para este ano um
crescimento de 7,5% na demanda somada das quatro maiores do setor. Segundo a
entidade, os dados de janeiro - os mais recentes já compilados - foram
recordes. A demanda consolidada subiu 7,6% acima do registrado em janeiro de
2013, e a oferta avançou 6%.
Analistas
de mercado apontaram que a Gol pode estar mais bem posicionada que a TAM para
explorar esse crescimento de mercado, desde que o câmbio e o preço combustível
não atrapalhem. "Volta a nos preocupar a alta de 8% no custo do
combustível, tendo em vista que em janeiro a elevação de 9% já havia sido
bastante intensa para aquele período", disse Bernardes Junior, do BB
Investimentos. Combustível representa, em geral, 40% dos custos de uma companhia
aérea. E, no caso da Gol, mais de dois terços das despesas operacionais são
denominadas em dólar e 90% da receita é apurada em reais.
A
TAM, por sua vez, que tem por trás o controle da chilena LAN, faz cerca de 50%
das vendas em moeda estrangeira - o que funciona como uma proteção cambial
natural. Mas especialistas lembram que a TAM atravessa um período de ajuste.
Antes do Carnaval, por exemplo, a companhia republicou o balanço de 2012 para
incorporar, naquele exercício, mais de R$ 1 bilhão em perdas provocadas por
erros na contabilização de receitas de vendas de passagens. A diferença acabou
sendo coberta pelos controladores da Latam, conforme publicou o Valor PRO, serviço de informação em
tempo real do Valor, em 5 de março.
(Fonte
: Jornal Valor Econômico)
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