terça-feira, 18 de junho de 2013

GRUPOS FAZEM PRESSÃO PARA DISPUTAR MAIS AEROPORTOS


 
As empresas que administram os aeroportos de Guarulhos e de Viracopos, em São Paulo, ainda trabalham na formação de novos consórcios para disputar as concessões do Galeão (RJ) e de Confins (MG). Elas foram impedidas de participar do próximo leilão, que deverá ocorrer em outubro, mas ainda não perderam a esperança de reverter a decisão do governo. Nos bastidores, têm procurado transmitir a mensagem de que estão prontas para entrar na disputa e isso aumentará a concorrência do novo certame.
A Invepar e a UTC Participações são as mais interessadas na disputa. Em dezembro, quando anunciou a privatização do Galeão e de Confins, a presidente Dilma Rousseff disse que vetaria os atuais controladores dos aeroportos já concedidos de participar da rodada seguinte. O objetivo, segundo a própria Dilma, é reforçar o ambiente de competição entre os aeroportos. Depois, as minutas dos editais - que estão em processo audiência pública - confirmaram a proibição.
Mesmo tendo sido vetados, os controladores de Guarulhos e de Viracopos estão em conversas adiantadas com cinco a oito operadoras estrangeiras. A lista inclui as empresas responsáveis pela administração dos aeroportos de Houston e de Miami, nos Estados Unidos, a alemã Flughafen München (Munique) e a indiana GMR (que opera em Nova Delhi).
Essas conversas têm ocorrido porque, mesmo que sejam liberados para participar do leilão do Galeão e de Confins, os atuais controladores precisariam buscar novos parceiros. A Invepar, como líder da concessionária responsável pela administração de Guarulhos, aliou-se à sul-africana ACSA no primeiro leilão. A UTC Participações, que divide o controle de Viracopos com a Triunfo, juntou-se à francesa Egis. Nenhuma delas ultrapassa a barreira de 35 milhões de passageiros por ano - movimentação mínima exigida pelo governo para que um operador internacional participe do próximo leilão. Na primeira rodada, a barreira era de 5 milhões de passageiros anuais.
Apesar do bom relacionamento entre as duas empresas, em Viracopos, UTC e Triunfo decidiram não repetir a parceria no Galeão ou em Confins. Nos recados ao governo, dizem que o aeroporto de Campinas não compete diretamente com nenhum dos dois que vão ser privatizados.
Mesmo com a pressão das empresas, o governo não está disposto a ceder. O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, reiterou ontem que serão mantidas as regras que impedem a participação dos grupos vencedores dos certames no ano passado. "A nossa posição é de manter o mesmo princípio para manter a concorrência", afirmou o ministro, durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, sobre as operações dos aeroportos durante a Copa das Confederações.
De acordo com Moreira Franco, o atual modelo de concessões estimula a concorrência entre os terminais. "Nossa experiência no Brasil era de monopólio da Infraero. Antes, eram outros órgãos, mas a estrutura sempre foi monopolista. O que queremos é exatamente quebrar essa cultura para que nós todos possamos ter, na concorrência, um elemento de mudança cultural, de comparação de qualidade de serviços, de melhoria, de preços mais baixos, ou seja, um ambiente que fortaleça os interesses e o papel do próprio cliente, do passageiro", enfatizou o ministro.
Questionado sobre mudanças no comando da Infraero, atualmente presidida por Antonio Gustavo Matos do Vale, ele rechaçou qualquer possibilidade. "Essa é uma pergunta absolutamente despropositada. Não existe qualquer articulação ou movimento nesse sentido. É equivocado e leviano se colocar, às vésperas da Copa das Confederações, uma notícia dessa, que gera esse tipo de inquietação", disse ele.
O balanço do governo e das concessionárias privadas sobre as operações no primeiro fim de semana do evento esportivo nos aeroportos foi positivo.
(Fonte : Jornal Valor Econômico)

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