sexta-feira, 3 de agosto de 2012

NOVA MEDIDA DA GOL GERA POLÊMICA E REPERCUTE ENTRE TRADE E PASSAGEIROS



Repercutiu mal no mercado a decisão da Gol de cobrar mais por determinados assentos na ponte aérea Rio de Janeiro/ São Paulo, e também de oferecer ao passageiro a possibilidade de bloquear assentos.
O Mercado & Eventos realizou uma enquete ontem (02/08) no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que mostrou uma insatisfação da maioria dos passageiros com a medida. Eles a consideram errada e injusta. Opinião que é compartilhada pelo Sindetur-SP. "Este tipo de esbulho praticado por algumas empresas aéreas é vergonhoso”, afirmou Eduardo Vampré do Nascimento, presidente do Sindetur-SP.
Apesar de toda a polêmica que envolve o tema, há os que defendem o novo processo. Alguns passageiros acreditam que a medida é justa, e oferece a oportunidade de o cliente ter mais conforto durante a viagem. O que é considerado uma tendência do mercado pela Abav Nacional.
Vale ressaltar que não é apenas a Gol que pratica esse tipo de serviço. Outras companhias aéreas como a Tam e a Azul também oferecem mais conforto ao passageiro por uma taxa que varia de R$ 10 a 110 dólares. Entenda como funcionam os serviços e saiba a opinião de integrantes do trade e do público nas linhas abaixo.

POSICIONAMENTO DAS ENTIDADES DO TURISMO :

Sindicato das Empresas de Turismo de São Paulo

O presidente do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do Nascimento, é contra a medida adotada pela Gol e acredita que medidas como essa são feitas para compensar a má administração das companhias aéreas. “As companhias praticam tarifas em concorrência com o transporte terrestre, lotam os aeroportos, praticam overbooking e depois só encontram estes e outros meios para buscar compensação pela má administração, e o mais grave, os funcionários não estão aptos em atender tal demanda. Não permitem que as agências que vendem suas passagens já reservem tais assentos caso o cliente deseje, que certamente estariam mais Preparados para evitar situações como esta: recentemente embarquei num voo no qual três senhoras haviam comprado a primeira fila, mas estavam com uma criança de colo, que não pode ocupar esta fila. Foi um transtorno que ocasionou no atraso de uma hora e as tais passageiras não viajaram nos lugares adquiridos."

Associação Brasileira de Agências de Viagens

Já o presidente da Abav Nacional, Antonio Azevedo, não vê problemas nesta nova cobrança da Gol. Para ele, a atitude da companhia de dar a opção ao passageiro de pagar a mais para viajar com mais comodidade é uma tendência de mercado que já acontece em algumas companhias aéreas. “Trata-se de uma ação que várias empresas aéreas já adotaram dentro da sua política de marketing. Como não é obrigatório e o passageiro paga se achar conveniente, não vejo problemas”, afirmou Azevedo. Segundo nota da Abav, em alguns voos internacionais já existe a chamada classe econômica plus, que possui uma política diferenciada para os viajantes desta classe que desejam usufruir de mais conforto.

Braztoa preferiu não se posicionar sobre o assunto, e o Sindetur-RJ e o Fenactur não responderam a pesquisa feita pelo M&E.

Saiba o que os passageiros acharam da nova medida:

Enquete realizada pelo Mercado & Eventos na tarde de ontem (02/08) no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, aponta insatisfação da maioria dos passageiros com a medida tomada pelas companhias aéreas, e a consideram injusta.“Não concordo com a decisão das companhias aéreas de cobrarem a mais por esses assentos. A passagem já está cara o suficiente, e o conforto para os passageiros é o maior espaço para as pernas, que deveria ser maior em todos os assentos. As empresas estão cobrando a mais por um serviço que devia ser básico”, afirmou Carolina Viana. Joema Martins também não concorda com a medida. “As companhias aéreas cobram mais por serviços como esse, mas não reduzem o preço das passagens”, afirmou a passageira.
No entanto, alguns passageiros consideram a medida justa. “Acredito que o novo serviço é correto. Se o passageiro quer mais conforto ele paga mais pela sua passagem”, opinou Euclides Rovani. Já Ana Carolina, que trabalha com turismo e hotelaria, acredita que a medida seria justa caso houvesse diminuição no preço da passagem.

Entenda como funciona o serviço nas companhias aéreas:

GOL

Conforme foi publicado pelo M&E, a Gol começou a cobrar uma taxa de até R$ 25 para sentar nas fileiras de 1 a 6 e também nas de emergência. Se o voo for direto o valor é R$ 10, mas se tiver conexão o preço sobe para R$ 25. Outra medida que a empresa oferece é o bloqueio de assentos por R$ 25, que permite ao passageiro bloquear a poltrona ao seu lado para ir com mais conforto. No entanto, se o avião estiver lotado a companhia aérea pode colocar outro passageiro no assento bloqueado e o valor pago pelo cliente é devolvido como crédito na empresa.

TAM

Já a Tam chama esse serviço de Assento Conforto. O passageiro paga mais no momento do check in se estiver interessado em ficar nas poltronas das três primeiras fileiras, ou nos assentos 11 e 12 das saídas de emergência. Para voos nacionais o custo do Assento Conforto é R$ 30.
Para a América do Sul o custo é 40 dólares, para a América do Norte fica por 75 dólares e para a Europa o serviço custa 110 dólares. A Tam oferece ainda a opção de Classe Executiva na aeronave A320, com o acréscimo de R$ 100 no valor da passagem.

AZUL

A Azul esclarece que há diferenças nas tarifas entre os assentos de janela ou corredor, já que a configuração de suas aeronaves é com duas poltronas por fileira. Em todos os Jatos Embraer, a companhia oferece o Espaço Azul, que são as cinco primeiras fileiras de poltronas, que tem 86 cm de distância entre os assentos, por R$ 25 a mais no valor da passagem. Já para os clientes que querem dispor de mais privacidade ou conforto, podem optar por comprar o assento extra.

Avianca e Trip informaram ao M&E que não praticam nenhuma cobrança extra de seus clientes para a escolha de assentos.

(Fonte : Mercado & Eventos / imagem divulgação)

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