sexta-feira, 24 de agosto de 2012

MENOS GASTOS NO EXTERIOR


Os brasileiros estão gastando menos no exterior. E o motivo principal é o aumento do dólar. Em julho do ano passado, a cotação média estava em torno de R$ 1,56 e, no mesmo período deste ano, chegou a R$ 2,03. Com isso, as despesas dos turistas brasileiros em viagens internacionais recuou 10% no mês, baixando de US$ 2,23 bilhões para US$ 2 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Banco Central.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC (Depec), Túlio Maciel, a queda não foi tão acentuada. "Esperávamos mais", confessou, observando que, no acumulado do ano dos sete primeiros meses de 2012, o dispêndio dos brasileiros lá fora está até um pouco acima do verificado em igual intervalo de 2011: US$ 12,71 bilhões, ante US$ 12,47 bilhões.
De acordo com Maciel, a retração só não foi maior porque a renda continua crescendo acima da inflação, as agências de viagem têm oferecido pacotes promocionais e, em muitos países, os preços continuam atrativos para os brasileiros. Mesmo assim, a previsão do Banco Central é de moderação nas despesas no exterior este ano em relação ao resultado de 2011, mais de US$ 21 bilhões. Por outro lado, com a crise internacional,os estrangeiros continuam contidos nos gastos.

SALDO

Em julho, período de férias, e também no acumulado do ano, a receita obtida pelo país com o turismo de gringos subiu um pouco, mas nada que faça grande diferença. No mês passado, os visitantes deixaram no Brasil US$ 546 milhões contra US$ 476 milhões no mesmo período de 2011. De janeiro a julho, a arrecadação é da ordem de US$ 4 bilhões, enquanto que, nesse mesmo intervalo no ano passado, somou US$ 3,74 bilhões.
Quando se fala no saldo líquido das viagens internacionais, no sétimo mês do ano, a diferença entre o que deixaram lá fora e o que os estrangeiros gastaram aqui foi negativa em US$ 1,46 bilhão — em 2011, o saldo líquido foi no vermelho em US$ 1,75 bilhão. No acumulado do ano, em 2012, é negativo em US$ 8,69 bilhões, ante US$ 8,72 bilhões, em 2011.

NOVA ELEVAÇÃO

O dólar fechou ontem em alta ante o real pela quarta sessão seguida. A moeda encerrou com valorização de 0,30%, a R$ 2,0252 na venda. Durante o dia, oscilou entre R$ 2,0165, logo na abertura da sessão, e R$ 2,0275. Os investidores estão atentos ao Banco Central, que voltou a atuar no mercado esta semana. A autoridade monetária brasileira interveio no mercado de câmbio na terça-feira, por meio de um leilão de swap cambial reverso — equivalente à compra de dólares no mercado futuro —, operação que não fazia havia quase cinco meses e que segurou o dólar acima dos R$ 2. Operadores dizem acreditar que, ao oferecer 50 mil contratos de swap reverso — apesar de ter vendido apenas 7 mil —, o BC ainda reforçou a banda informal do dólar entre R$ 2 e R$ 2,10, estabelecida após declarações de autoridades do governo e de atuações anteriores da autoridade monetária.

(Fonte : Jornal Correio Braziliense / imagem divulgação)

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