sexta-feira, 29 de junho de 2012

BIOQUEROSENE PARA A AVIAÇÃO



A União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) lançou durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a Plataforma Brasileira do Bioquerosene (PBB), propondo a discussão de uma política de incentivo ao uso deste biocombustível na aviação.
A meta da entidade é que a utilização do biocombustível de aviação alcance 25% do volume total nos vôos nacionais em duas décadas - lembrando que em 2011, o consumo de QAV em 2011 foi de 7 bilhões de litros
"Nos últimos dois anos, o segmento do bioquerosene vem merecendo uma atenção especial em função de uma série de fatos, que abrange desde a expansão do mercado de aviação civil à busca das autoridades aeronáuticas e empresas aéreas, por alternativas que minimizem a emissão de gases que provocam efeito estufa", comentou o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.

Metas da Iata

Segundo ele, "entre as metas da International Air Transport Association (Iata) está o aprimoramento da eficiência do combustível em 1,5% ao ano na próxima década; assegurar que o crescimento da indústria seja neutro em carbono até 2020 e reduzir as emissões líquidas de CO2 em 50% até 2050 (em comparação aos níveis de 2005)".
O mercado brasileiro de bioquerosene se aproxima de 6 bilhões de litros por ano dentro de um mercado global de 250 bilhões de litros. Esses dois mercados estão esperando uma estrutura de produção que viabilize a substituição dos combustíveis fósseis e poluidores por combustíveis limpos e renováveis.
Para Ferrés, as companhias aéreas têm uma vocação para dar essa contribuição para a substituição dos combustíveis fósseis para um modelo de bases renováveis e limpas. Em sua visão, esse desafio não pode ser resolvido apenas pelas companhias aéreas, porque não adianta utilizar o dobro ou o triplo a mais e querer debitar isso do passageiro.

Plataforma

A Plataforma Brasileira do Bioquerosene (PBB) foi lançada, durante o primeiro vôo da Gol - Linhas Aéreas Inteligentes, abastecido com bioquerosene, no dia 19 de junho, que saiu de São Paulo rumo ao Rio de Janeiro com autoridades brasileiras e internacionais do setor de aviação, empresários e dirigentes da Ubrabio.
Durante coletiva de imprensa, no Aeroporto Santos Dumont, o secretário geral da International Civil Aviation Organization (Icao), Raymond Benjamin disse que a ação teve o objetivo de mostrar que é possível realizar vôos globais com combustíveis alternativos. Benjamin afirmou que os quatro vôos - Montreal - Toronto - Cidade do México - São Paulo - Rio de Janeiro - proporcionaram uma economia de 20% ou 45 toneladas de CO2.

Custo dos combustíveis

"O custo dos combustíveis é um fator importante, porque pode variar de 5 a 8 vezes o valor dos combustíveis convencionais. Temos que encontrar formas alternativas para reduzir os custos dos biocombustíveis e o governo tem um papel importante", disse.
Já o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, destacou a importância da iniciativa para o desenvolvimento sustentável. "É a celebração do encontro de um dos meios de transporte mais modernos e tecnologicamente mais avançados, que é o transporte aéreo, com o meio ambiente, e ainda o biocombustível, que é também o que há de mais avançado do ponto de vista ambiental. Então, que este lançamento aconteça no Brasil e no momento em que acontece a Rio+20 é muito simbólico e reflete aquilo que o país espera para o futuro", disse. "A capacidade dos nossos empresários e dos órgãos regulatórios sinalizam um futuro promissor", destacou.
O ministro Wagner Bittencourt, da Secretaria de Aviação Civil, disse que a cadeia de biocombustíveis brasileira é "competitiva" e salientou a necessidade de buscar sinergias entre empresas e pesquisadores. "O trabalho em parceria é fundamental para aproveitar as expertises", disse o ministro.

(Fonte : Monitor Mercantil / imagem divulgação)

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