A União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) lançou durante
a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a
Plataforma Brasileira do Bioquerosene (PBB), propondo a discussão de uma
política de incentivo ao uso deste biocombustível na aviação.
A meta da entidade é que a utilização do biocombustível de aviação
alcance 25% do volume total nos vôos nacionais em duas décadas - lembrando que
em 2011, o consumo de QAV em 2011 foi de 7 bilhões de litros
"Nos últimos dois anos, o segmento do bioquerosene vem merecendo
uma atenção especial em função de uma série de fatos, que abrange desde a
expansão do mercado de aviação civil à busca das autoridades aeronáuticas e
empresas aéreas, por alternativas que minimizem a emissão de gases que provocam
efeito estufa", comentou o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.
Metas da Iata
Segundo ele, "entre as metas da International Air Transport Association
(Iata) está o aprimoramento da eficiência do combustível em 1,5% ao ano na
próxima década; assegurar que o crescimento da indústria seja neutro em carbono
até 2020 e reduzir as emissões líquidas de CO2 em 50% até 2050 (em comparação
aos níveis de 2005)".
O mercado brasileiro de bioquerosene se aproxima de 6 bilhões de litros
por ano dentro de um mercado global de 250 bilhões de litros. Esses dois
mercados estão esperando uma estrutura de produção que viabilize a substituição
dos combustíveis fósseis e poluidores por combustíveis limpos e renováveis.
Para Ferrés, as companhias aéreas têm uma vocação para dar essa
contribuição para a substituição dos combustíveis fósseis para um modelo de
bases renováveis e limpas. Em sua visão, esse desafio não pode ser resolvido
apenas pelas companhias aéreas, porque não adianta utilizar o dobro ou o triplo
a mais e querer debitar isso do passageiro.
Plataforma
A Plataforma Brasileira do Bioquerosene (PBB) foi lançada, durante o
primeiro vôo da Gol - Linhas Aéreas Inteligentes, abastecido com bioquerosene,
no dia 19 de junho, que saiu de São Paulo rumo ao Rio de Janeiro com
autoridades brasileiras e internacionais do setor de aviação, empresários e
dirigentes da Ubrabio.
Durante coletiva de imprensa, no Aeroporto Santos Dumont, o secretário
geral da International Civil Aviation Organization (Icao), Raymond Benjamin
disse que a ação teve o objetivo de mostrar que é possível realizar vôos
globais com combustíveis alternativos. Benjamin afirmou que os quatro vôos -
Montreal - Toronto - Cidade do México - São Paulo - Rio de Janeiro -
proporcionaram uma economia de 20% ou 45 toneladas de CO2.
Custo dos combustíveis
"O custo dos combustíveis é um fator importante, porque pode variar
de 5 a 8 vezes o valor dos combustíveis convencionais. Temos que encontrar
formas alternativas para reduzir os custos dos biocombustíveis e o governo tem
um papel importante", disse.
Já o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Fernando Pimentel, destacou a importância da iniciativa para o desenvolvimento
sustentável. "É a celebração do encontro de um dos meios de transporte
mais modernos e tecnologicamente mais avançados, que é o transporte aéreo, com
o meio ambiente, e ainda o biocombustível, que é também o que há de mais
avançado do ponto de vista ambiental. Então, que este lançamento aconteça no
Brasil e no momento em que acontece a Rio+20 é muito simbólico e reflete aquilo
que o país espera para o futuro", disse. "A capacidade dos nossos
empresários e dos órgãos regulatórios sinalizam um futuro promissor",
destacou.
O ministro Wagner Bittencourt, da Secretaria de Aviação Civil, disse que
a cadeia de biocombustíveis brasileira é "competitiva" e salientou a
necessidade de buscar sinergias entre empresas e pesquisadores. "O
trabalho em parceria é fundamental para aproveitar as expertises", disse o
ministro.
(Fonte : Monitor Mercantil /
imagem divulgação)
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