segunda-feira, 2 de abril de 2012

TRANSPORTE AÉREO NO BRASIL AINDA É GARGALO PREOCUPANTE


Faltando apenas dois anos para a Copa do Mundo no Brasil, autoridades aeroportuárias mundiais temem que o País viva sérios problemas no transporte aéreo durante o Mundial. Sugerem, ainda, que governo e organizadores do evento abandonem o que haviam projetado no início das preparações e façam apenas o que for possível para evitar o caos.
A recomendação é da diretora do Conselho Internacional de Aeroportos, Angela Gittens, que em entrevista ao Estado deixou claro que o setor aéreo nacional já é um gargalo para o País, e que, se investimentos não forem feitos, esses problemas apenas serão mais sérios nos próximos anos. "A contagem regressiva já começou para o Brasil 2014. Há planos que terão de ser revistos, se eles não foram estabelecidos até agora", disse.
Pelo calendário da Copa, a estimativa de certos cartolas da Fifa é de que os aeroportos serão tão importantes no Mundial quanto os estádios. O Brasil fará torcedores, seleções e a imprensa viajar por todo o País durante um mês para acompanhar os jogos e não prevê que existam bases para as equipes. As que chegarem à final terão viajado até 9 mil quilômetros.
Angela Gittens afirma ter "ampla experiência" com a gestão de aeroportos durante eventos internacionais. Em 1996, ela era a diretora do aeroporto de Atlanta, justamente no momento em que a cidade americana recebeu os Jogos Olímpicos, um dos mais polêmicos dos últimos 20 anos.
Questionada se acreditava que os projetos brasileiros de aeroportos ficariam prontos até 2014, foi categórica: "Não no ritmo que estão sendo levados. De repente, já seria hora de reduzir as ambições", disse. "O que aprendemos nos Estados Unidos é que, para projetos de aeroportos, os organizadores devem trabalhar em contagem regressiva. E, tendo passado uma data ou um prazo, não haverá mais como recuperar esse tempo perdido. Vejo que no Brasil essa situação é cada vez mais real", afirmou.
Gittens aponta que as privatizações de três aeroportos brasileiros foi um sinal positivo. Mas admitiu que o processo esteja ocorrendo de uma forma lenta. "Projetos não podem ficar permanentemente com status de projetos. Se eles não forem iniciados rapidamente, o Brasil simplesmente deve reduzir suas ambições e reconhecer que coisas planejadas já não serão realizadas", completou.

(Fonte :  Jornal O Estado de S. Paulo)

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