segunda-feira, 9 de abril de 2012

RIO TEM CARÊNCIA DE LEITOS PARA DELEGAÇÕES


O Rio não tem leitos suficientes na rede hoteleira oficial para abrigar os 50 mil credenciados previstos para a Rio+20, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre desenvolvimento sustentável marcada para junho. A prefeitura contabiliza pouco mais de 32 mil vagas -um deficit de 18 mil.
Segundo o Itamaraty, organizador do evento, a maior carência está no segmento de hospedagens de alto padrão. São esperados 80 chefes de Estado e até 15 mil integrantes de comitivas oficiais.
"O maior desafio é sem dúvida a hospedagem, especialmente das delegações", diz Laudemar Aguiar, responsável pela logística do evento.
Diante da falta de vagas, a organização da Rio+20 já recomenda hospedagem em cidades próximas, como Niterói e sobretudo Petrópolis.
Algumas delegações usarão imóveis consulares ou alugarão casas ou apartamentos. Há ainda a possibilidade de fretar um navio de cruzeiros para servir de "hotel" durante a conferência -a contratação do navio-hospedagem não foi fechada ainda.
A ABIH-RJ (associação de hotéis) diz que já estão contratados para a conferência 12 mil quartos, sendo que 70% em hotéis de 4 e 5 estrelas, capazes de hospedar delegações e chefes de Estado.
O Copacabana Palace (tradicional abrigo de reuniões diplomáticas e de chefes de Estado) adiou a reforma por causa da Rio+20 e vai "juntar" quartos para convertê-los em suítes presidenciais.
Segundo Antonio Pedro Figueira de Mello, secretário de Turismo do Rio, a mudança de data da conferência atrapalhou as reservas, pois muitos hotéis já estavam ocupados. A Rio+20 ocorrerá de 13 a 22 de junho -antes, estava prevista para começar dia 4.
Para estimular e facilitar hospedagens alternativas, a prefeitura lançará em abril um portal que indicará e "homologará" sites que oferecem apartamentos por temporada, hostels informais e residências que alugam quartos tipo "bed & breakfast". "Vamos dar um aval de segurança aos visitantes", diz Mello.
À Folha, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que a cidade está preparada para receber o evento e que acomodações em outras cidades e em imóveis particulares acontecem em todos os lugares do mundo.
Paes citou a Conferência da ONU em Copenhague (Dinamarca) sobre mudança climática, em 2009, cuja hospedagem foi grande problema.
O prefeito diz que o portal será "uma ferramenta" lançada já para facilitar a acomodação dos visitantes durante a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, eventos de maior porte que a Rio+20.
Por isso, essas dificuldades de hospedagem para a conferência de junho soam como alerta para os outros eventos.
"Fizemos um pacote de benefícios fiscais e teremos mais vagas do que o exigido pelo Comitê Olímpico em 2016", assegura Paes.

CÚPULA DOS POVOS

Para o acampamento de grupos de movimentos sociais que virão para a Cúpula dos Povos (paralela à Rio+20), a prefeitura reservou, entre outros locais, dois colégios próximos ao parque do Aterro do Flamengo (local do evento): o sambódromo e a Quinta da Boa Vista, ex-residência imperial.
São esperados 15 mil participantes só de organizações como MST, Via Campesina e outras. Ativistas "independentes" só poderão ocupar os gramados da Quinta.

META DA CIDADE É ABRIR 17 MIL NOVOS LEITOS ATÉ 2016

Para garantir hotéis suficientes para a Olimpíada, o Rio aprovou um pacote de benefícios a empreendedores, que terão rentabilidade de até 30% maior com o negócio.
A cidade espera a construção de mais 17 mil leitos até 2016, número superior aos 15 mil exigidos pelo comitê organizador da Rio-2016.
A maior parte será na Barra da Tijuca (9.000), zona oeste, principal polo das competições e onde havia a maior carência de leitos. Até agora, porém só 3.000 quartos estão em construção.
Para estimular investimentos, a prefeitura permitiu a construção na Avenida das Américas (principal do bairro), concedeu anistias de dívidas e isenções de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) durante as obras.
Prontos, os hotéis também pagarão menos ISS (Imposto Sobre Serviços). Para isso, terão de obter licença para a obra até o fim de 2013 e conclui-la até dezembro de 2015.
Sérgio Dias, secretário de Urbanismo do Rio, diz que um hotel leva dois anos para ser erguido e que há acompanhamento mensal das obras para controlar o ritmo das licenças e das construções.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo)

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