quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PASSAGEM BARATEOU, E REFEIÇÕES SE ADEQUARAM AOS NOVOS TEMPOS


A bordo do seu próximo voo, que tal receber, antes da maioria dos passageiros, sua refeição -selecionada e pré-reservada por você com antecedência-, uma bandejinha etiquetada com seu nome?
Para fugir do padronizado e tradicional "chicken or pasta?" (ou "frango ou massa?"), oferecido pela aeromoça, a saída é reservar uma refeição especial, geralmente solicitada por quem tem restrições alimentares, mas quase sempre disponível para qualquer passageiro.
As opções diferem de acordo com a companhia aérea, com alternativas como a vegetariana, a kosher -preparada segundo os preceitos judaicos- e a que leva baixo teor de sódio.
Mas fique atento: as regras para pedir a refeição especial diferem em cada companhia aérea, e os pratos estão disponíveis em quantidades restritas e em voos limitados. No momento da reserva, cheque os regulamentos específicos.
Na Continental Airlines, por exemplo, a refeição diferenciada deve ser solicitada pelo menos 24 horas antes do horário de partida do voo. O mesmo ocorre na British Airways. Já na LAN e na TAM, o prazo mínimo é de 48 horas, e, na Air Canada, o tempo-limite é de 19 horas.
Geralmente, os menus especiais são oferecidos sem custo adicional e estão disponíveis nas classes primeira, executiva e econômica.

POR QUE ESPECIAL?

Pedir refeição vegetariana, mesmo não sendo adepto da dieta, pode ser a saída para evitar uma carne ressecada, comum nas comidas de bordo. Ideais para comer em viagens aéreas, além de mais leves, os legumes têm mais água e suportam melhor longos cozimentos -o que não ocorre com um corte bovino.
"Assim como a pele fica ressecada durante um voo longo, a comida também sofre com a falta de umidade dentro do avião", explica Mauricio Novaes, gerente-geral da LSG Sky Chefs, empresa de catering que atua em 52 países, incluindo o Brasil.
O processo de resfriamento pelo qual todos os alimentos passam depois de prontos também não contribui: realizado para matar micro-organismos, igualmente acaba "assassinando" parte da textura e do sabor das refeições.

PASSAGEM BARATEOU, E REFEIÇÕES SE ADEQUARAM AOS NOVOS TEMPOS

Embora as classes executiva e primeira das companhias aéreas nacionais e internacionais ainda se esmerem em oferecer menus e bebidas chiques, não dá para não lembrar com saudade do tempo as louças eram da marca japonesa Noritake, o café era coado na hora e os menus, que tinham data, eram impressos para cada voo.
Na velha Varig, que afinal faliu, servia-se caviar malossol, "foie gras truffé de Strassbourg" e, nos cardápios transcontinentais, constava que a comida de bordo tinha "a supervisão de chefes (sic) franceses".
A classe econômica no Brasil também teve suas extravagâncias (e mesmo a Transbrasil, em voos domésticos, servia feijoadinhas honestas em alegres tigelinhas coloridas). Os tempos mudaram, e a convicção de que era bom servir feijão a bordo, também.
Mas, antes de apelar para o saudosismo, convém lembrar que uma viagem internacional custava muito mais. Nos idos de 1980, o bilhete de ida e volta em classe econômica da extinta (e ruim) LAP, a Lineas Aereas Paraguayas, saindo de São Paulo, com escala em Assunção e indo até Madri, custava US$ 1.200.
Hoje, passados mais de 20 anos e com toda a inflação do dólar no período, há empresas aéreas europeias de primeira linha cobrando, em tarifas promocionais, menos de US$ 1.000 pela passagem turística até Lisboa, Madri, Amsterdã, Paris ou Londres.
Os voos se popularizaram e, com isso, a comida de avião piorou. De todo modo, há agora consciência do que é mais saudável e, certamente, vale tentar mudar de ares gastronômicos na sua próxima viagem pedindo, sem custos, uma refeição especial.
UPGRADE NA REFEIÇÃO
Escape da comida padronizada de bordo pedindo cardápio especial
Embora nas classes executiva e primeira as refeições ainda sejam chiques, é na econômica que o passageiro sofre e, em voos fora do Brasil, já paga por lanches e bebidas alcoólicas. Esta edição mostra como é um catering, cozinha industrial que faz refeições de bordo, e dá dicas para que o viajante se alimente de maneira mais saudável.
FIGURA ILUSTRE
Quem ouve o nome do norte-americano John Willard Marriott se lembra da rede de hotéis que, hoje, tem cerca de 3.500 propriedades em mais de 70 países e territórios. Mas poucos sabem que foi esse empresário arrojado o inventor do catering e, por extensão, criador dos primeiros menus de avião.
Natural de Utah, de origem mórmon, Marriott abriu, com sua mulher, Alice (foto), em 1927, uma cafeteria perto do aeroporto na cidade de Washington que, nos primórdios da moderna aviação comercial, preparava lanches para serem consumidos a bordo.
Daí, foi um pulo até que o pioneiro construísse um império de restaurantes, em 1932. O primeiro hotel da rede, um "motor hotel", data de 1957.
Ao morrer, em 1985, o empresário tinha 1.400 restaurantes e 143 hotéis em todo o mundo. A empresa continua sendo controlada por J.W. Marriott Jr. e seus familiares.
Veja alguns tipos de dieta :
Diabéticos
Sem açúcar, álcool e produtos panificados. Com pouca gordura
Sem glúten
Sem trigo, centeio, cevada ou aveia
Poucas calorias
Rica em proteínas, pobre em gorduras
Baixo colesterol
Semgordura de origem animal e gemas de ovos
Poucas proteínas
Sem sal, pobre em proteínas
Pouco sódio
Sem sal, sem álcool, baixo teor de gordura
Sem lactose
Sem derivados de leite
Vegan/vegetariana
Sem peixe, carne, álcool, laticínios e ovos
Vegetariana com leite e ovos
Sem carne, mas pode ter ovos e/ou laticínios
Vegetariana asiática
Sem carne, feita de maneira específica
Kosher
Segue preceitos judaicos. Não inclui carne de porco, por exemplo
Halal
Segue os preceitos islâmicos, sem carne de porco, por exemplo
Hindu
Sem carne de vaca/vitela ou vegetariana
SAIBA COMO É O PREPARO DAS REFEIÇÕES DE BORDO
Entre os itens que envolvem uma viagem de avião, a comida da classe econômica não costuma ser a mais elogiada, embora sua preparação envolva muito trabalho.
Quem recebe uma refeição quente durante o voo não imagina o universo por trás das bandejas que acondicionam saladinhas, massa ou frango e sobremesa.
O processo começa na reserva do voo, quando é estimado o número de passageiros que serão servidos. Até a data da viagem, esse número é checado atentamente pelo catering, empresa responsável pelo fornecimento de refeições às empresas aéreas.
No aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a LSG Sky Chefs, que produz cerca de 30 mil refeições por dia, faz a comida para 22 companhias de aviação. Apesar da escala industrial, todo o processo é feito de modo individual, com alimentos cortados e embalados à mão, um a um.
Alguns alimentos começam a ser preparados 48 horas antes da viagem: caso das carnes, que são cortadas de acordo com o prato (filé, medalhão, iscas) e assadas ou cozidas com antecedência. Massas, risotos, saladas, sobremesas e pães são preparados no dia da viagem.
Durante o preparo das refeições, dois fatores devem ser bem controlados: tempo e temperatura. Carnes, por exemplo, devem ser cozidas a uma temperatura mínima de 60 °C, que varia de acordo com o tipo e o corte. Logo em seguida, são colocadas em uma câmara que acelera o resfriamento dos alimentos para que atinjam 10 °C, temperatura considerada ideal para que não haja contaminação por micro-organismos.
Todos os alimentos que passam por algum tipo de cozimento, como massas, sopas e molhos, são levados para essa câmara frigorífica e, ao atingir 10 °C, armazenados em uma sala refrigerada, onde aguardam a montagem das refeições. Nenhum alimento deve ficar mais do que 45 minutos sem refrigeração, por isso a comunicação entre o catering e o aeroporto é contínua, para que as refeições sejam embarcadas duas horas antes da decolagem do avião, mesmo em caso de atrasos nos voos.
As refeições das classes econômica e executiva são montadas pelo catering, em recipientes de papel, plástico ou vidro, e armazenadas em carrinhos. Já a comida da primeira classe é embarcada em recipientes maiores, e os pratos são montados durante o voo, poucos minutos antes de servir, garantindo o visual caprichado.
1- NO INÍCIO
O processo começa com a chegada dos alimentos, que passam por uma checagem, onde são avaliados de acordo com especificações como peso, data de validade, origem etc. Ali, podem ser rejeitados ou levados para a próxima etapa
2- SELEÇÃO
Em seguida, os alimentos são armazenados em câmaras refrigeradas e separados de acordo com o tipo (carne, verdura, frutas, massas, produtos kosher etc)
3- NA PANELA
Cada alimento é então preparado de acordo com as receitas de cada companhia aérea. Por exemplo,os pães são assados na padaria e as saladas montadas nos pratos
4- NA GELADEIRA
Os alimentos que passaram por cozimento vão para uma câmara de resfriamento rápido, que mantém a comida a 10°C, e mata micro-organismos
5- NA BANDEJA
Os alimentos são encaminhados para a montagem nas bandejas, do jeito que serão consumidos pelos passageiros, e armazenados em carrinhos refrigerados, em uma sala a 5°C
6- A BORDO
Duas horas antes da decolagem, os carrinhos são levados para os aviões, onde são colocados em fornos ou mantidos sob refrigeração. Alguns minutos antes da refeição, os pratos quentes são aquecidos

(Fonte & foto : Jornal Folha de S. Paulo)

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