terça-feira, 2 de agosto de 2011

HOTÉIS SUL-AFRICANOS ENFRENTAM FALTA DE HÓSPEDES APÓS COPA


Por falta de hóspedes, os hotéis sul-africanos estão tendo problemas para enfrentar a temporada de inverno, um ano após a Copa do Mundo sediada pelo país. Muitos estabelecimentos fizeram importantes investimentos para o evento na época.
A taxa de ocupação (TBI) informada pelo Conselho da Indústria Turística da África do Sul (TBCSA, na sigla em inglês), estava em 74,5% no segundo trimestre do ano. A previsão era de 94%.
"O último índice TBI confirma o que observamos no dia a dia", lamenta Mmatsatsi Marobe, diretora-geral do conselho do setor.
Enquanto muitos hotéis baixaram os preços para tentar contornar a situação --especialmente na Cidade do Cabo, capital turística que está vazia neste inverno-- um dos grandes hotéis de Johannesburgo recentemente anunciou que fechará as portas no final de agosto.
"O hotel sofreu uma drástica redução no número de turistas, tanto estrangeiros quanto locais. A queda foi ainda maior em relação aos visitantes a negócios", revela o grupo Hyprop, propietário do Grace Hotel.
Entre as causas, ele destaca principalmente "as pressões contínuas da recessão mundial, que afeta negativamente a indústria do turismo sul-africano".
"Pensávamos que, após o Mundial [que aconteceu de junho a julho de 2010] teríamos um aumento no número de turistas. Mas as dificuldades econômicas continuam, não temos tantos turistas como esperávamos", explica Marobe.
"Os estrangeiros não visitam o país e os empresários locais tomam o último avião ao invés de passar a noite em um hotel", analisou Marobe, destacando que os estabelecimentos mais modestos também são vítimas da tendência.

MAIS OFERTA

Marobe afirma ainda que a a situação se agravou porque, para o Mundial, foi ampliada a oferta hoteleira no país, aumentando a concorrência.
De acordo com um estudo de uma empresa especializado, a capacidade hoteleira aumentou em 17,4% entre 2007 e 2010 na África do Sul, com 28,5% para os de cinco estrelas e 19,7% para os de quatro.
Os hotéis também tiveram que enfrentar nos últimos meses um aumento nos gastos devido aos salários de seus funcionários, na eletricidade e nos impostos municipais.
A previsão não aponta números para 2011, mas as perspectivas do turismo, que representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, não são muito positivas, ainda que o ministro da área, Marthinus Van Schalwyk, se mostre otimista.
"Temos como objetivo aumentar o número de visitantes estrangeiros. Em 2009 foram 7 milhões e esperamos que em 2020 chegue a 15 milhões", afirmou Van Schalwyk, em uma recente coletiva de imprensa na Cidade do Cabo.
Ele espera ainda que, até o final deste ano, cerca de 18 milhões de sul-africanos escolham viajar pelo país. Em 2009 este número foi de 14,6 milhões.
O governo também espera que o setor de turismo arrecade 499 bilhões de rands por ano (R$ 113 bilhões) para a economia do país. Caso este valor seja alcançado, ele irá gerar 225 mil empregos no setor.
Van Schalwyk pretende sobretudo fortalecer o turismo de negócios, um setor que, em sua opinião, é muito importante para combater os problemas da sazonalidade, que geralmente marca o turismo de lazer no país.
Outras alternativas apontam para a diversificação, a promoção do turismo desportivo, ecológico e gastronômico: a Cidade do Cabo, por exemplo, tem previsto para setembro de 2012 seu primeiro salão dedicado ao turismo do vinho.

(Fonte & foto : France Presse, em Johannesburgo)

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