sexta-feira, 3 de junho de 2011

EMPREGO REFORÇA TENDÊNCIA DE NOVOS APERTOS NOS JUROS


O desaquecimento da economia estampado nas estatísticas sobre a produção industrial de abril e a queda da inflação em maio não devem alterar a determinação do Banco Central de promover mais um aumento da taxa básica de juros na reunião do Copom de quarta-feira. Há unanimidade no mercado a respeito disso. Todos os 33 economistas consultados ontem pelo Valor já trabalham com Selic de 12,25% em junho, prevendo, portanto, aumento de 0,25 ponto percentual.
Em Brasília, os sinais vindos da autoridade monetária também indicam que o Copom não se deixará influenciar pelos dados sobre a queda da produção e da inflação. O Banco Central considera que precisa ainda dobrar as expectativas dos agentes econômicos em relação à inflação de 2012, prevista em 5,1%, acima dos 4,5% do centro da meta.
O desaquecimento verificado até agora, segundo análises da autoridade monetária, ainda se mostra distante de afetar o mercado de trabalho e, com isso, reduzir o consumo. Cálculos de economistas privados mostram que um aumento da oferta de emprego da ordem de 90 mil a 100 mil vagas por mês é praticamente neutro para a taxa de desemprego, hoje de 6,4% da população ativa. Abaixo disso, o desemprego aumenta. Acima disso, cai. Segundo dados do Caged, em abril foram criados 272.225 novos postos de trabalho e, no quadrimestre, 880.717.
A maioria dos economistas está afinado com essas análises. Entre os 33 ouvidos pelo Valor, 19 preveem um segundo aumento da Selic, que a levaria para 12,5% em dezembro. Parte dos analistas, porém, acredita no encerramento do ciclo de alta já na semana que vem. Alguns não descartam uma pausa, mas com posterior retomada do ciclo de alta no quarto trimestre, resultando em Selic de até 13,25% em dezembro.

(Fonte : Jornal Valor Econômico)

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