quinta-feira, 12 de maio de 2011

AOS 80, CRISTO REDENTOR É UM SÍMBOLO DO BRASIL



Mundialmente identificado com a imagem do Brasil -e do Rio de Janeiro-, o monumento do Cristo Redentor faz 80 anos no próximo dia 12 de outubro de 2011.
É o ponto mais famoso do parque nacional da Tijuca, embora pouca gente atine que essa estátua icônica integra o parque, como conta a vice-chefe da instituição, Loreto Figueira.
"Não faz sentido pensar nesse monumento sem a floresta no entorno", diz ela. Para Figueira, "o Rio seria diferente sem o parque, até porque a floresta representa a harmonia natureza-cidade".
Imersa na natureza, a estátua tem 30 m. Já o pedestal tem 8 m. O conjunto encima o morro do Corcovado, a 709 m de altitude -e é o único trecho do parque que cobra ingresso para a visitação (veja na página ao lado).
De acordo com a coordenadora de Cultura do parque, Ana Cristina Vieira, o Cristo Redentor foi inaugurado no dia do aniversário do responsável pela abertura da primeira rota para escalar o Corcovado: o imperador Pedro 1º, que faria, em 2011, no dia 12 de outubro, 213 anos.
Foi seu filho, Pedro 2º, que ordenou o replantio da floresta da Tijuca, então dominada pelo cultivo de café.
Mesmo sem uma intenção turística declarada, dom Pedro 1º estimulou a visitação local. A área depois foi cercada e lá foi instalado um mirante chamado de Chapéu de Sol, que, alguns anos mais tarde, abrigou o primeiro telégrafo do país.
Na ocasião da inauguração do monumento do Cristo Redentor, em 1931, tal mirante, que não existe mais, foi remontado morro abaixo. Nesse evento, coube ao inventor italiano Guglielmo Marconi a tarefa de iluminar o monumento acionando, desde Roma, o mecanismo que trouxe luz ao Cristo carioca.
Mas a ideia de se instalar a estátua de Jesus Cristo no Rio data do século 19 e é creditada a outro europeu, o padre francês Pedro Maria Bos. Houve concurso e diversos projetos foram cotejados.
Um deles mostrava uma estátua de Jesus com um globo nas mãos. Venceu o projeto dos braços abertos, creditado ao brasileiro Heitor da Costa e Silva, conforme assegura a coordenadora de Cultura do parque.
Feito de cimento e revestido de pedra-sabão, mesmo material usado pelo escultor barroco Aleijadinho, o Cristo Redentor, que virou ícone carioca, tem definitivamente um pé na Europa, pois o escultor francês (de origem polonesa) Paul Landowski, foi contratado para criar cabeça e mãos da famosa estátua.

CAMINHOS QUE LEVAM À ESTÁTUA SÃO IMERSOS NA FLORESTA

Há três maneiras de se subir até o CristoRedentor: pelo combo carro e van, de trem ou a pé pela trilha.
A mais aventureira -e cansativa- é usada pela minoria absoluta de visitantes, que percorrem a trilha que parte de trás do Casarão do parque Lage (ainda dentro do parque da Tijuca), vizinho do Jardim Botânico e da lagoa Rodrigo de Freitas.
Leva 2h30 para chegar ao final do percurso -e há quem diga que dom Pedro 2º subia por ali. Setas amarelas indicam o percurso, mas há teimosos que abrem trilhas alternativas.
O início da trilha é bem suave, quase uma caminhada. O explorador cruza por três vezes um riozinho até a dificuldade se apresentar, num ponto em que o percurso fica bem íngreme.
Aparece, então, a necessidade de usar as mãos para se agarrar às pedras e às árvores e até a uma corrente instalada pela administração local.
É raro que surjam animais, mas macacos podem dar as caras. No caminho, há árvores exóticas, como jaqueiras edracenas, que o parque tenta "sufocar", cortando-lhes a parte externa do tronco, já que atrapalham as nativas.
No final, atravessa-se um trecho de trilho de trem, aquele em que o turista subiria se fosse menos aventureiro.
Então, apesar de o veículo só passar de uns 20 em 20 minutos, cuidado e vá na beira.
A seguir, vem a recompensa: no ponto cimentado conhecido como "Curva do Ó", dá para descansar e admirar o Rio do alto, avistando a zona sul carioca, o morro Dois Irmãos e a pedra da Gávea.
Depois, seguindo o trilho e partindo para a estradinha percorrida pelas vans, chega-se até a catraca que dá acesso ao Cristo Redentor.
Aí chega a hora em que o aventureiro precisa se render. O ingresso para visitar o monumento não pode ser comprado ali, na catraca. Será preciso voltar pelo caminho da van para comprar juntos o ingresso e a passagem dela.

DO CRISTO, AVISTE O RIO NUM GIRO COMPLETO

Para ir de carro até o Cristo Redentor, percorrendo a estrada turística dentro do parque nacional da Tijuca, passa-se pelo mirante Dona Marta, ponto privilegiado onde se vê o monumento de frente.
Passando diante do desativado hotel das Paineiras, onde se hospedou a seleção brasileira de futebol na época da Copa de 1970, dá para pegar uma van para fazer o percurso até o monumento.
Desde que as vans começaram a ser usadas, o acesso ficou mais "organizado", segundo a administração local. E não dá para seguir de carro além desse ponto.
Nos feriados e finais de semana, o passeio custa R$ 24,75 (R$ 9,75 pelo trajeto de van e R$ 15 pelo acesso ao Cristo, pagos ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, responsável pelo parque).
Nos outros dias, o turista gasta um total de R$ 17,25.
Se o visitante estiver a pé ou de ônibus, o melhor é ir até a estação Cosme Velho, fora dos limites do parque da Tijuca, e pegar o trem. O pacote ida e volta, incluindo o acesso ao monumento, custa R$ 36 -ou R$ 18, se você vai apenas fazer o caminho de volta para baixo.
O percurso de trem turístico dura cerca de 25 minutos. Após a catraca, o visitante tem que subir uma escadaria que passa por lojas de suvenires, até apreciar, aos pés do Cristo, uma vista de 360 graus que descortina o Rio -e que não tem preço!

(Fonte & foto: Jornal Folha de S. Paulo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário