sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ENTRADA DE DÓLARES DESPENCA LOGO APÓS A ELEVAÇÃO DO IOF


A expectativa no médio prazo, no entanto, ainda é de uma forte entrada de recursos por parte dos estrangeiros no Brasil, seja para aplicações em bolsas, seja para investimentos diretos (IED).
Entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro, o fluxo foi positivo em US$ 3,753 bilhões, o que pode explicar em parte esse movimento mais fraco da semana passada.
A alta do IOF foi uma das decisões do governo para tentar aplacar a valorização do real, que se intensificou desde meados de setembro. Além do aumento do imposto, o governo também ampliou a atuação do Fundo Soberano e permitiu ao Tesouro Nacional adquirir mais dólares para liquidar suas dívidas em moeda estrangeira.
Mesmo com o fluxo menos intenso nos primeiros dias após a medida, a moeda americana manteve a trajetória de desvalorização em relação à brasileira, fechando ontem em queda de 0,66%, cotada a R$ 1,6554, menor valor desde 1º de setembro de 2008. Desde o dia 4, já caiu quase 2%.
O fluxo acumulado no mês de outubro segue positivo, com entradas líquidas de US$ 2,181 bilhões até o dia 8. O câmbio financeiro, no qual são fechadas as operações com capitais (investimentos em bolsa e títulos, empréstimos) e serviços (turismo, pagamento de juros, remessa de lucros), apresenta fluxo positivo de US$ 3,265 bilhões no mês, como resultado de compras no valor de US$ 11,037 bilhões e de vendas de US$ 7,772 bilhões. O câmbio comercial, no qual são registrados os dados do comércio exterior brasileiro, mostrou saída líquida de US$ 1,084 bilhão, no mesmo período, resultado de exportações de US$ 3,309 bilhões e importações de US$ 4,393 bilhões.
No ano, o fluxo cambial mostra ingresso líquido de US$ 19,303 bilhões, superior ao movimento do ano passado no mesmo período (US$ 10,869 bilhões). O período mais forte de entrada de recursos se deu em setembro, quando a capitalização da Petrobras, além das captações externas de empresas e bancos, levou a um fluxo positivo no segmento financeiro de US$ 16,716 bilhões, maior nível da série iniciada em 1982.
O Banco Central continua a comprar todo o câmbio excedente. As intervenções no mercado à vista somaram US$ 2,764 bilhões em outubro, até o dia 8. As reservas internacionais brasileiras chegaram ao patamar de US$ 279,530 bilhões no dia 8. No início do ano estava em US$ 239,054 bilhões.

(Fonte : Jornal Valor Econômico)

Nenhum comentário:

Postar um comentário