quinta-feira, 1 de abril de 2010

ANAC TENTA BARRAR VETO A VOOS EM CONGONHAS

O governo federal quer barrar a tentativa da Prefeitura de São Paulo de limitar as operações no aeroporto de Congonhas (zona sul), o segundo mais movimentado do país. O aeroporto é alvo constante de queixas de ruído pela vizinhança.O último prazo dado pela gestão Gilberto Kassab (DEM) à Infraero vence amanhã, mas não deve ser cumprido. Na segunda, a prefeitura divulgará o que fazer -entre as possibilidades disponíveis estão a aplicação de multa e até a interdição de Congonhas.
Tanto a Infraero quanto a Anac (Agência Nacional de Avião Civil) sustentam que a prefeitura não tem competência legal para reduzir o horário de Congonhas -por tratar-se de situação regida pela legislação aeronáutica, o tema cabe ao governo federal, argumentam.
Para a prefeitura, a questão é de uso e ordenação do solo, sobre a qual o município tem poder para estabelecer regras. O objetivo, diz a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, é "mitigar transtornos e perigos causados pelo aeroporto, adequando as atividades aeroportuárias às necessidades" de SP.
Atualmente, o horário de Congonhas é das 6h às 23h, todos os dias. A secretaria determinou que a Infraero diminua em duas horas o horário de Congonhas de segunda a sábado -o novo horário será das 7h às 22h; aos domingos e feriados, a redução terá de ser de quatro horas (9h às 22h) em relação ao praticado hoje.
A medida faria Congonhas perder 62 operações de pouso e decolagem por dia -quase 12% do movimento.
Restringir o horário foi uma das condições para a prefeitura conceder à Infraero o licenciamento ambiental de Congonhas. O primeiro prazo para a estatal se ajustar às regras venceu em 1º de março, mas foi prorrogado por 30 dias.
Como a Infraero foi notificada no dia 3, a nova data-limite é amanhã.
Contrárias à medida, as companhias aéreas dizem não saber da restrição. A Folha procurou TAM e Gol, as duas principais empresas a operar no aeroporto.
Ontem, ambas vendiam passagens com saída ou chegada nos horários alvo de veto.O Snea (sindicato da categoria) afirma que também não foi informado. O diretor Ronaldo Jenkins lembrou que, na ocasião da redução de voos no Santos Dumont, no Rio, em 2009, o debate começou meses antes.

ENTIDADE PEDE QUE INFRAERO OBTENHA ALVARÁ PARA O AEROPORTO

A Abrapavaa, que representa parentes de vítimas de acidentes aéreos, pediu na Justiça que a Infraero cumpra medidas previstas no licenciamento ambiental de Congonhas, como obter alvará de funcionamento e auto de vistoria dos bombeiros. A Infraero informou que analisa as medidas cabíveis.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo)

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