sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

PROJETO ESPANHOL DÁ INÍCIO À REVITALIZAÇÃO DO PORTO DO RIO

O Rio vai entregar ao arquiteto espanhol Santiago Calatrava a principal obra da primeira fase do projeto de revitalização da zona portuária da cidade. Ele será o responsável pelo desenho do Museu do Amanhã, a ser instalado no píer Mauá. A obra, considerada o marco para impulsionar a revitalização da região, tem previsão de entrega para 2012. O teto de custo imposto pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) é de R$ 65 milhões. Ao todo, a primeira fase da revitalização custará R$ 250 milhões.
O Museu do Amanhã terá como temática ambiente, práticas sustentáveis e a relação entre o homem e a natureza. O modelo será inspirado nos museus do Futebol e da Língua Portuguesa, de São Paulo, nos quais a tecnologia e a interatividade com o visitante são a principal forma de exposição.
O conteúdo será elaborado pela Fundação Roberto Marinho, também responsável pelos dois museus paulistas.
Calatrava foi o responsável pela construção da Ponte da Mulher, símbolo da revitalização de Puerto Madero, em Buenos Aires, e pelo museu de arte de Millwaukee (EUA).
"Ele foi um consenso dentro do governo por ser um profissional que consegue aliar um design moderno a características de sustentabilidade", afirma o secretário extraordinário de Desenvolvimento, Felipe Goes. Calatrava trabalhará em conjunto com um escritório brasileiro, a ser escolhido.
O contrato ainda não foi assinado, mas a simples escolha do arquiteto espanhol provocou mudanças no projeto inicial para a revitalização do porto.
O Museu do Amanhã ficaria inicialmente nos armazéns 5 e 6. O píer Mauá abrigaria um parque com anfiteatro. A obra desse segundo projeto já havia sido licitada por R$ 28 milhões.
As intervenções no local foram suspensas em novembro. O contrato assinado com a OAS será usado agora para o jardim em torno do museu.
O projeto do Museu do Amanhã será o segundo de escritórios estrangeiros no Rio em menos de um ano. Mas, diferentemente do caso do novo Museu da Imagem e do Som, em Copacabana, assinado pelo escritório do americano Ricardo Scofidio, a unidade da zona portuária não foi escolhida por concurso.
Segundo Goes, o prazo exíguo para conclusão da obra impediu a disputa.A construção do museu terá que superar dois "traumas culturais" da cidade: a Cidade da Música e o abandono do projeto do museu Guggenheim.
Ao fixar o teto de custo da obra, Paes tenta evitar o enredo da Cidade da Música, cuja obra começou sem custo definido, superou R$ 500 milhões em quatro anos e não foi finalizada.
O mesmo píer seria usado na instalação de uma unidade do museu Guggenheim. A proposta sofreu oposição por seu alto custo e foi obstruído na Justiça.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo / Ed. Cotidiano / 26-02-10)

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