quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

PATROCINADOR VAI PRESTAR SERVIÇO NA OLIMPÍADA

Empresas que estão se preparando para disputar um dos patrocínios para a Olimpíada de 2016 no Rio devem acelerar seus projetos. Em setembro, o plano comercial será apresentado pela Rio 2016, a empresa que está sendo criada para administrar os jogos. A novidade é que o sistema não será de cotas, como no Pan-americano de 2007, e sim de parcerias no qual o patrocinador também presta serviços aos organizadores, à cidade e aos atletas.
O diretor de Comunicação e Marketing da Rio 2016, Leonardo Gryner, explica que esta é uma forma de reduzir o custo da organização do evento, orçado para o Comitê Organizador do Jogos Olímpicos (Cojo) em R$ 5,6 bilhões. O plano está sendo elaborado em conjunto com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e será o primeiro na história a ser lançado com seis anos de antecedência.
"Vamos procurar primeiro os patrocinadores dos setores que temos maiores necessidades e depois, ao longo do tempo, os outros. Exemplos são o setor gráfico e o de produtos financeiros", explica o diretor. Gryner acrescenta que o fornecimento de alimentos para a Vila Olímpica pode ser um dos últimos, porque não é de necessidade prioritária dos organizadores agora.
A Rio 2016 pretende também fatiar ao máximo os setores. O diretor usa o segmento de alimentação como exemplo: enquanto uma rede poderá fornecer a comida de forma geral, os sorvetes ou lanches poderão ser captados separadamente.
As chamadas de mercado começam em janeiro de 2011, quando acaba o prazo do patrocínio oficial da Olimpíada de Inverno em Vancouver, no Canadá. Embora os jogos aconteçam entre os dias 12 e 28 de fevereiro, o direito termina em dezembro. "Este é o prazo para os patrocinadores oficiais locais utilizarem a marca da Olimpíada associada a seus produtos", explica Gryner.
Alguns setores também já estão loteados pelo COI. Coca-Cola, Visa, Samsumg (com telecomunicações sem fio), Panasonic (com áudio e vídeo), Atos Origin (com soluções de softwares) e Swatch são os patrocinadores oficiais mundiais. Esses setores já estão loteados e não podem ser captados no Brasil. Mas Gryner lembra que outros similares estão livres, como o de cervejas.
Patrocinadores tão similares, como a Samsumg e a Panasonic dão dor de cabeça para o COI e os organizadores locais. No contrato, cláusulas específicas separam o campo de atuação das duas empresas e estabelecem a que tipo de produto podem associar a marca olímpica. No caso da Samsung, ela está impedida de anunciar aparelhos celulares com televisor digital com o símbolo dos jogos, porque a Panasonic é o patrocinador de vídeo.
Na terça-feira, o chef do Pavilhão das Nações nos Jogos de Inverno de Vancouver foi obrigado a reescrever seus cardápios para excluir a palavra hambúrguer e modificar o nome do prato. Isso porque o McDonald´s é o patrocinador oficial da Olimpíada e o único que pode utilizar a palavra associada à marca.
Gryner lembra também que o fato de existirem patrocinadores oficiais muitas vezes pode dificultar a vida do organizador local. Para ter uma ideia, o patrocinador oficial dos jogos até 2009 para computadores era a Lenovo. O contrato não foi renovado e a Acer assumiu o papel. Com isso, os organizadores dos jogos de Londres foram obrigados a substituir todas as máquinas com que trabalhavam. O contrato com a Acer vale até 2012 e o mesmo pode acontecer com o Rio em 2013.
Mas antes de todo esse processo, a Rio 2016 ainda precisa existir como empresa. Estão sendo feitas as últimas versões do estatuto que criará a instituição. O documento está sendo elaborado em conjunto com o COI, que verifica se todo essa estruturação está sendo realizada também de acordo com as normas internacionais e não fere os contratos já firmados entre o comitê internacional e as empresas patrocinadoras.

(Fonte : Jornal Valor Econômico / 11-02-10)

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