terça-feira, 4 de outubro de 2011

INFRAERO QUER AUMENTAR PARA 50 OS MOVIMENTOS / HORA EM CGH NA COPA


A Copa do Mundo de 2014 vai introduzir situações esdrúxulas na vida dos cidadãos e, “oficialmente”, algumas medidas propostas visam apenas beneficiar a população. Por exemplo: para tentar resolver os problemas causados pelo caótico trânsito nas cidades-sede, atender os requisitos mínimos de acesso aos estádios estabelecidos pela FIFA e contornar o fato de que muitas obras viárias não ficarão prontas a tempo da abertura da Copa, há alguns dias circula uma proposta que permitiria a esses municípios decretar feriado nos dias de realização dos jogos. Resolveria o problema de fluxo de veículos e de pessoas e causaria prejuízo de bilhões de reais na economia brasileira. Tudo justificado em nome da Copa.
Agora, outra criação de nossas autoridades envolve a Infraero e a movimentação (pousos e decolagens) de aeronaves no aeroporto de Congonhas (CGH), em São Paulo. Como nos dias de jogos haverá um acentuado aumento na demanda de pousos e decolagens em CGH, tanto da aviação comercial como da aviação executiva, a Infraero divulgou uma proposta que permitiria, apenas durante a Copa do Mundo de Futebol, derrubar a atual limitação de 34 movimentos por hora, elevando-a para 50 movimentos/hora – basicamente para atender a aviação executiva. Segundo diz a estatal, a pista de CGH tem capacidade para mais voos do que o limite atual e que bastaria autorizar pousos e decolagens nas duas pistas do aeroporto - hoje, a menor é usada apenas por jatos excutivos. A limitação foi imposta em 2007, por um colegiado de órgãos da aeronáutica e de estatais também vinculadas ao Ministério da Defesa, após o acidente com o avião da TAM em Congonhas, em nome “da segurança dos passageiros” - à época, o limite era de 48 movimentos/hora.
Com a Copa, a segurança será deixada de lado? Ou a limitação de 2007 foi imposta apenas para dar uma satisfação à sociedade, ou a nova proposta da Infraero é irresponsável ou ela incorpora outros motivos, que serão revelados oportunamente (como a impossibilidade de manter 50 movimentos/hora permanentemente, com o atual quadro de controladores de tráfego aéreo). Por que só durante a Copa? A Infraero terá que explicar isso muito bem. Outra proposta que circula é a de manter Congonhas operando 24 horas durante a Copa, apesar dos incômodos que a medida traria para os moradores da região. Para a Copa, a Infraero também pretende regulamentar a movimentação de aeronaves no Campo de Marte (para a aviação executiva), em Viracopos (Campinas) e em Guarulhos (GRU).

(Fonte : Business Travel Magazine / imagem divulgação)

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