terça-feira, 21 de setembro de 2010

EMBRATUR INVESTIRÁ R$ 180 MILHÕES EM 2011 E APRESENTA NOVO MATERIAL PROMOCIONAL



Em café da manhã com jornalistas no dia 10 de setembro, o novo presidente da Embratur, Mário Moysés, falou sobre as ações a serem implementadas para o próximo ano com um reajuste já definido de 40% sobre a verba de promoção internacional que deve chegar a R$ 180 milhões. Nesta entrevista, ele destaca o novo material promocional que começa a ser divulgado nas feiras internacionais a partir da WTM, em novembro, em Londres, que inclui folheteria e um novo layout, com destaque para um mosaico das 12 cidades-sede.

M&E - Ao assumir, quais as prioridades que pretende adotar neste final de governo e como fica o planejamento já para o próximo ano?

Mário Moysés - A primeira preocupação é manter a orientação do ministro Luiz Barretto e não interromper a política da Embratur. Estamos cuidando já das próximas feiras como FIT e WTM e definimos uma programação de marketing até o final deste ano priorizando os mercados da América do Sul. Nas próximas semanas irei com o ministro ao Peru para estudar ações voltadas para esse mercado. Também estamos focando mais a internet e o trade marketing junto aos operadores nos países emissores. Precisamos conhecer mais o mercado local e regional conhecendo o perfil deste cliente. Isso se faz com pesquisa e avaliação para conhecer suas expectativas. Acho que precisamos mostrar novos destinos e oferecer mais produtos junto a estes consumidores, como é o caso do mercado argentino, que já busca o Nordeste. Também temos que oferecer preços mais acessíveis e isso deve ser trabalhado junto com a iniciativa privada. Outra questão é a sazonalidade. Podemos perfeitamente oferecer produtos com preços mais competitivos na baixa temporada. Já o orçamento para o próximo ano terá um reajuste substancial chegando a R$ 180 milhões, o que corresponde a um aumento de 40% em relação aos últimos 12 meses.

M&E - Dentro desta estratégia, como estão os investimentos realizados em promoção e o que está previsto para 2011?

Mário Moysés - Os nossos investimentos em promoção em mercados como a América Latina cresceram 300% em gastos com publicidade. A campanha ‘Brasil Te Chama’ terá continuidade e este mês entramos com uma estratégia para explorar o mercado da internet. Este mês no New York Times haverá uma edição especial sobre o Brasil com distribuição de 300 mil óculos para que os leitores possam assistir no nosso canal do YouTube filmes em 3D. A campanha que está nas ruas é um convite para que as pessoas venham conhecer o Brasil, sua cultura e diversidade. Também estamos trabalhando uma nova decoração no estande de feiras da Embratur, que apresentaremos na WTM em Londres com o mosaico das 12 cidades da Copa. As fotos despertarão emoção e sentimentos de desejo para visitar aquele lugar. Mesmo no turismo de negócios podemos explorar e despertar o interesse do turista pelo destino onde acontece o evento. O mercado é muito competitivo e no turismo de lazer temos que ter muita sensibilidade quanto a isso.

M&E - Quais são os mercados considerados prioritários hoje? Quais as ações previstas?

Mário Moysés - Além dos países próximos temos aí definidos os países que fazem parte do Plano Aquarela. Alguns mercado precisam ter uma atenção maior como é o caso do mercado norte-americano. Precisamos criar facilidades no processo de emissão de vistos com a flexibilização dos mesmos.O americano tem interesse pelo Brasil, mas tem ainda enorme dificuldade para vir ao Brasil. Temos também que ajustar o mercado ao perfil do consumidor, como a questão dos resorts, que pode ser bem explorado naquele mercado.Existe o projeto na Câmara para agilizar os procedimentos de emissão de visto e temos que buscar novas parcerias com empresas aéreas para que neste mercado possamos ter um volume mais expressivo de visitantes. Já o mercado europeu, que sofreu uma retração, tem ainda espaço de crescimento, especialmente com a Copa e as Olimpíadas. Além deste fator, lembro que a imagem política do Brasil no exterior ajuda também para mostrar um país com estabilidade e que tem modernidade e oferta de serviços diversificados. Temos muito ainda a trabalhar, mas a percepção do Brasil melhorou bastante nos últimos anos e vamos investir no trabalho dos EBTs, dando ênfase também aos programas de Relações Públicas no exterior, que nos permite aprimorar o nível da informação. Pretendemos dobrar os investimentos em RP para 2011 já que o retorno tem um custo bem menor do que o gasto em publicadade. Os programas Caravana Brasil também terão continuidade. Já em relação aos mercados emergentes e mais distantes, nossa ideia é oferecer sempre roteiros integrados, além de trabalhos cooperados em parceria com países vizinhos, como temos feito com a Argentina. Esta cooperação minimiza os custos de investimentos, como tem sido o caso na China e na Rússia, onde devemos investir mais em pesquisa para conhecer o consumidor. O mesmo se dá em relação ao Leste Europeu. A metodologia não pode ser a do achismo.

M&E - A questão aérea sempre preocupa. Que medidas podem contribuir para facilitar o acesso a destinos turísticos num país com grandes distâncias como o nosso?

Mário Moysés - Temos discutido novos voos e temos mantido diálogo com empresas como a American Airlines e outras. As empresas aéreas nacionais também têm que abrir sua oferta usando novos hubs como Brasília, que pode atender bem aos mercados no Norte e Nordeste. Temos que pensar em oferecer maior diversidade de portas de entrada para o turista e investir na melhoria dos aeroportos para aumentar a capacidade. Isso já está previsto em aeroportos como Guarulhos. Também devemos dar uma atenção especial à aviação regional, onde a abertura e manutenção de aeroportos em lugares como Bahia e Ceará tem favorecido o acesso às regiões turísticas. Nós temos que trabalhar também a questão do Airpass para que seja um produto atraente para o turista estrangeiro. A fusão de empresas como a Lan e Tam também vai ampliar a acessibilidade, e isso deve ser sempre uma prioridade.

M&E - Em relação aos futuros governantes, como o turismo no país deve ser visto a partir das mudanças ocorridas nos últimos anos?

Mário Moysés - Este deve ser um processo tranquilo já que a política atual foi construída a partir de um amplo diálogo. É preciso dar continuidade à parceria com o setor privado. Havia uma preocupação de não haver uma quebra por isso foi apresentado o Estudo Referencial, que vai facilitar o trabalho dos futuros governantes, mostrando tudo o que já foi feito, assim como metas e diretrizes. Isso não significa querer fazer com que os futuros governantes estejam numa camisa de força, mas mostra uma maturidade construída a partir de diálogo com o Fornatur e o Conselho de Turismo. Sobre o futuro da Embratur sou favorável a se estudar mecanismos que possam tornar a empresa mais ágil, seja criando uma agência ou mesmo uma fundação, e isso poderá ocorrer no próximo governo.

M&E - Quais os desafios do Brasil para a Copa e as Olimpíadas em 2016

Mário Moysés - Uma delas diz respeito à necessidade de uma melhor qualificação. Já avançamos muito, mas temos que oferecer uma qualidade de serviço melhor, tanto na mão de obra quanto na oferta de serviços. Neste processo se insere a hotelaria, que vem investindo em modernização e ampliação a partir da linha de R$ 1 bilhão em crédito para o setor. Também preocupa a mobilidade urbana. O legado deixado a partir destes investimentos nos deixa confiantes.

(Fonte e Foto : Mercado & Eventos)

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