quinta-feira, 18 de março de 2010

MUSEU JUDAICO É REABERTO EM LONDRES



Eles são ícones britânicos: estadistas da era vitoriana, um soldado-poeta da Primeira Guerra Mundial, peixe com fritas. Eles também são judaicos -evidência dos mil anos de história dos judeus no Reino Unido, cuja trajetória é contada em um museu reaberto nesta semana depois de uma expansão de US$ 15 milhões.
"Peixe com fritas, que todos pensam que são algo muito inglês, são de fato sefardita", disse a chef e apresentadora de TV Nigella Lawson, que ajudou a reinaugurar o Museu Judaico de Londres (www.jewishmu seum.org.uk) na última terça. O museu passou dois anos fechado. Muitos acreditam que o prato nacional do Reino Unido teve suas origens no peixe frito introduzido no país por judeus espanhóis e portugueses.
O museu, que ocupava uma casa vitoriana no bairro de Camden Town, foi expandido para uma antiga fábrica de piano ao lado, triplicando seu espaço.
Entre os displays interativos há a chance de sentir o cheiro de canja cozinhando na recriação de uma cozinha de imigrantes.
Há ainda uma multidão de figuras históricas, tanto famosas quanto obscuras, incluindo o premiê do século 19 Benjamin Disraeli, o poeta de guerra Isaac Rosenberg, morto no front, e Daniel Mendoza, um campeão de boxe da Inglaterra do século 18.
Suas histórias estão lado a lado com as de figuras mais humildes- trabalhadores, costureiras, sindicalistas. "Contamos a história da comunidade judaica em Londres, mas também a história de Londres", disse Sarah Jillings, diretora de projetos de exibição do museu.


História


A comunidade judaica britânica remonta a 1066, quando os primeiros judeus chegaram com a invasão dos normandos. O museu atesta uma comunidade medieval próspera.
Uma das principais atrações é um mikvah (banho ritual) do século 16, descoberto na região que hoje é o coração do distrito financeiro de Londres.Toda a população judaica da Inglaterra foi expulsa pelo rei Eduardo 1º em 1290, depois de anos de antissemitismo e violência. Os judeus só foram readmitidos em 1656, sob Oliver Cromwell.
Nos últimos anos, líderes da comunidade judaica reportaram um aumento nos incidentes antissemitas, atribuído em parte ao conflito israelo-palestino e à diminuição das pessoas com memórias do Holocausto.
O Museu Judaico considera seu papel ajudar a construir coesão social. A organização prevê que a maioria dos 65 mil visitantes esperados para este ano não serão judeus, e irá incluir muitos grupos de crianças de escolas.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo / Ed. Turismo / 18-03-10)

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