terça-feira, 26 de janeiro de 2010

FERROESTE PROJETA RECEBER MAIS DE R$ 4,5 BI PARA MALHA NO SUL

São Paulo - Com expectativa de aplicar aproximadamente R$ 4,5 bilhões para a ampliação do trecho ferroviário norte-sul, que no momento conta com apenas 248 quilômetros de linhas construídas, entre Cascavel e Guarapuava no Paraná, a empresa estatal Ferroeste espera receber do governo federal R$ 3 bilhões, e gastar mais R$ 1,5 bilhão para descer até o Porto Rio Grande (RS), que ainda passa por estudos de viabilidade. Em entrevista exclusiva ao DCI, o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, afirmou que "este projeto de ampliação visa contemplar o Sul do País, que é uma das áreas mais produtivas, com um transporte mais eficaz, já que o Sul estava excluído de projetos de ampliação de malha", declarou ele.
As primeiras obras começarão ainda este ano, e incluem os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, e Santa Catarina, além de um braço que irá até Foz do Iguaçu e futuramente ligará a ferrovia ao Paraguai. A previsão para a inauguração destas malhas é em 2013.
Sobre a ampliação que vai de Chapecó (SC) até o porto Rio Grande, ainda está sendo analisada pela empresa, o exército, e o governo federal. "A nossa empresa unirá os quatro estados do sul por meio de ferrovias públicas, não gostamos dos monopólios privados e dessa política de privatização do setor ferroviário desenvolvida hoje", explicou o presidente da Ferroeste. Segundo ele, essas conexões permitirão reduzir significativamente os custos dos transportes de carga no País. "O melhor é que seremos imbatíveis em termos de custos para o transporte de cargas, pois temos metas diferentes da iniciativa privada: apresentar o frete mais barato possível."
Com as ampliações da Ferroeste, a estatal passará a se chamar Ferrosul. "Do pé dos Andes para baixo, tudo será área de influência da Ferrosul. Pegaremos as cargas das regiões mais produtivas do Paraná, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul, e as cargas transportadas na Hidrovia do Rio Paraná. Tudo estará interligado aos portos do sul, como Itajaí (SC) e Rio Grande (RS), além de Paranaguá", prevê Gomes.
Quanto as declarações dadas recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a respeito do
lançamento do PAC 2, e as possíveis ampliações da Norte Sul entre Goiás e o Porto de Santos, Gomes declarou que "se acharem que nosso modelo de gestão e construção é o mais eficaz, não teremos problemas para incluir esta obra em nossos planos. Porém, não temos planos para nenhuma outra área, que não seja o sul", comentou.
A empresa conta também com a sociedade da Valec, que será responsável pela construção da ferrovia Sul, e recebimento dos R$ 30 milhões vindos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para atualização de projetos de engenharia dos novos ramais que compõem o trecho Maracaju (MS) até o Porto de Paranaguá (PR). Já o exército será responsável por coordenar a obra, além da construção de alguns trechos. "O Exército está indissociavelmente ligado ao projeto desde a sua origem e queremos que continue cumprindo a sua missão", afirmou o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.
O plano de
trabalho elaborado pelo Exército e pela Ferroeste prevê que a construção será feita em módulos de 50 km. Gomes reiterou que os estudos de engenharia são para trilhos em bitola mista (métrica e larga) e incorporando também o transporte de passageiros. Para o presidente da Ferroeste, a importância da renovação dessa parceria com o Exército "está justamente na garantia de qualidade da ferrovia a ser construída, nos custos reduzidos de construção, na valorização do Exército e do seu papel na sociedade", concluiu Gomes.
Turismo
Na área de transporte de passageiros por modal ferroviário, foi lançado o Trem das Montanhas Capixabas, no Espírito Santo, que transportará turistas entre os municípios de Viana e Marechal Floriano. O roteiro existia há mais de 20 anos, mas estava desativado e era usado para transporte de carga. Com a reativação da linha, a operação do passeio passa a ser realizada pela Serra Verde Express, empresa paranaense que explora os passeios turísticos no Paraná, entre Curitiba e Morretes, e também o Trem do Pantanal, no Mato Grosso do Sul.Segundo o presidente da empresa, Adonai Aires de Arruda, "o trem e o trajeto estão muito ligados à história do Brasil, o caminho percorrido por ele redimensiona o valor turístico da Rota do Mar e das Montanhas, potencializando a sua vocação para destino nacional e até internacional".
O trem tem capacidade para até 56 passageiros, circula todos os fins de semana e feriados, em dois horários, em trajetos de ida e volta. O
trajeto conta com atrativos como paisagens, informações históricas e sobre práticas de ecoturismo e esportes radicais.

(Fonte : D C I / 26-01-10)

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