Sem a presença do Banco Central no mercado, a cotação do dólar voltou a
subir ontem e fechou com alta de 1,3%, valendo R$ 2,046.
Segundo o economista Alfredo Barbutti, da corretora BGC Liquidez, o
dólar caiu na maioria dos países ontem, à exceção do Brasil.
O rand sul-africano, por exemplo, valorizou-se 1,3% frente ao dólar e o
dólar australiano ganhou 0,7%. Isso indica, diz ele, que o mercado brasileiro
está sendo guiado pela opinião de que o governo quer manter o dólar valorizado
para dar competitividade à indústria brasileira.
A avaliação é que o setor tem afetado o desempenho da economia
brasileira, que ainda está crescendo pouco.
Mas, na direção oposta, o dólar mais caro no Brasil aumenta custos de
empresas e pode gerar inflação. Diante disso, operadores passaram a esperar que
o Banco Central atue para conter a escalada do dólar.
Na última sexta, o BC fez operações semelhantes à venda de moeda no
mercado futuro, o que provocou uma desaceleração da alta.
Ontem, à uma plateia de empresários em São Paulo, o presidente do BC,
Alexandre Tombini, afirmou que a autoridade monetária vai intervir apenas
quando detectar "disfuncionalidades" no mercado de câmbio.
"Sempre que detectarmos disfuncionalidades, atuaremos. Não porque o
câmbio [está] andando temporariamente, porque houve agravamento da situação
internacional. Isso faz parte do regime [de câmbio flutuante]."
Tombini reafirmou que a avaliação do BC é que a alta do dólar segue
movimento internacional. Ainda assim, admitiu que há um repasse
"moderado" dessa valorização para os preços no Brasil.
"Temos que aguardar para ver onde se estabiliza [a taxa de câmbio],
para tecer considerações. Por enquanto, o fato é que o repasse tem diminuído e
nós temos que aguardar", afirmou.
O presidente do BC adiantou ainda que, na últimas semanas, as concessões
de crédito voltaram a ganhar fôlego e houve queda nas taxas de juros bancárias.
(Fonte : Jornal Folha de S.
Paulo / imagem divulgação)
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