A
Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) vai editar nos próximos dias uma
portaria criando um ranking com preços de referência para os hotéis no Brasil
em relação aos principais destinos internacionais, adianta ao iG em entrevista em vídeo o
presidente da estatal, Flávio Dino. “Vamos pesquisar semanalmente a evolução de
preços nas dez principais cidades brasileiras que sediam eventos (de padrão
internacional) e em dez mercados de referência no mundo para garantir que a
cada três meses possamos fazer uma avaliação (de valores) com a própria rede
hoteleira”, afirma.
A
medida ocorre após a especulação dos hotéis para a Rio+20, a
conferência mundial sobre desenvolvimento sustentável que acontece de 13 a 22
de junho na capital fluminense, o que levou a Embratur a pressionar o setor a
pedido da presidenta Dilma Rousseff para minimizar o que poderia ser uma crise
diplomática, com o esvaziamento do evento por delegações europeias. “Há uma má
compreensão sobre a lei de oferta e procura, como se ela fosse absoluta”,
observa Dino.
A
decisão é passo estratégico para a meta do governo de transformar o Brasil no
quinto principal palco para a realização de eventos de porte internacional. Em
2011, segundo o presidente da Embratur, o país saltou da 10º para a 7º posição,
após crescimento de 10% em relação ao ano anterior. “A meta é chegar aos cinco
maiores e permanecer nesse ranking”, diz.
Ele
também indica os “meios alternativos” como hospedagem para os turistas dos
eventos esportivos. Isto porque, os R$ 10 bilhões previstos em investimentos
pela rede hoteleira não devem cobrir toda a demanda pontual do aumento de
turistas principalmente durante a Copa.
INFRAESTRUTURA SEM “ENCANTO”
Apesar
do movimento de controle indireto sobre a especulação dos hotéis brasileiros, a
Embratur reconhece que a infraestrutura turística do país ainda está longe do
ideal. Principalmente nos aeroportos. “Seria ingenuidade e um gesto de
irresponsabilidade dizer que repentinamente todos os aeroportos estariam
prontos”, afirma Dino. “Isso seria impossível em um prazo de dois anos.”
O
presidente da estatal do turismo aponta o prazo como curto para revitalizar o
sistema até a realização da Copa e das Olimpíadas, incluindo os terminais
recém-privatizados de Viracopos (Campinas-SP), Guarulhos e Brasília. “Temos de
modular nossa expectativa sobre os eventos. Não vai acontecer nenhuma mágica
até 2014”, afirma. “Não será por encanto que nossos problemas vão se resolver.”
Flávio
Dino confia, contudo, que os “aeroportos estratégicos” para a Copa serão
revitalizados. Mas ele minimiza o atraso na execução de 41% dos projetos,
conforme balanço divulgado pelo governo. “A medida que está no tempo ideal é o
ponto de chegada e não de partida”, pondera.
(Fonte : Portal iG)
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