Cinco das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 correm o risco de
ter, após a competição, mais quartos de hotéis do que turistas dispostos a
ocupá-los. É o que aponta o levantamento do FOHB - Fórum de Operadores
Hoteleiros do Brasil, divulgado 6ª feira em São Paulo. O “Placar da Hotelaria”, feito pela
empresa de consultoria Hotel Invest, projeta para Cuiabá, Belo Horizonte,
Brasília, Manaus e Salvador baixas taxas de ocupação a partir de 2015. Rio de
Janeiro e São Paulo, por outro lado, apresentam boas perspectivas de demanda
para os novos empreendimentos.
No total, o levantamento mostra um crescimento de 5,4% da oferta de
leitos, em comparação com o levantamento anterior, de outubro de 2011. Até
2015, estão previstos 21.143 novos apartamentos na rede de hotelaria. De acordo
com o estudo, Belo Horizonte é uma das cidades com maior risco de superoferta,
tendo em vista que a quantidade de quartos em 2015 quase dobrará em relação ao
número atual, passando de 6,2 mil para 12 mil. Com isso, a taxa de ocupação
que, no ano passado, estava em 70% nos hotéis econômicos, poderá cair para 49%.
Nos quartos de padrão médio também pode haver redução, de 67% para 43%.
Outra situação apontada como crítica pelo documento é a de Cuiabá, que
teria a taxa de ocupação reduzida de 65% para 49% em 2015. Segundo estimativa
do FOHB, o número de quartos disponíveis na capital matogrossense aumentará de
1,7 mil para 2,7 mil. Em Manaus, a taxa de ocupação pode cair de 68% para 59%
nos hotéis econômicos e de 63% para 56% nos de nível padrão (médio). O estudo
prevê, ainda, que Brasília terá 2,2 mil novos apartamentos até 2015, fazendo
com a taxa de ocupação caia de 64% para 57%. Em Salvador, a redução será menor
nos hotéis econômicos, de 66% para 64%. Nos hotéis de nível padrão, no entanto,
a taxa de ocupação deve cair de 66% para 59%.
Rio de Janeiro e São Paulo, que já apresentam elevadas taxas de
ocupação, permanecem como boas opções de investimento para a indústria
hoteleira, aponta o estudo. Nos hotéis econômicos da capital fluminense, por
exemplo, que atualmente têm taxa de ocupação de 84%, a expectativa é de
elevação para 88%. Também é esperado crescimento nas taxas dos hotéis de luxo
(alto padrão), de 70% para 75%. Nas acomodações de padrão médio, por outro
lado, a previsão é queda de 77% para 68%.
São Paulo, que tem um oferta hoteleira atual de 37,7 mil quartos,
passará para 38,7 mil em 2015. A demanda deve sustentar esse crescimento em
todas as categorias, segundo estimativa publicada no Placar da Hotelaria.
No geral, estima-se uma taxa de ocupação de 79% em 2015, elevação de 11 pontos
percentuais em comparação com o índice atual (68%). Porto Alegre, mesmo com o
aumento da oferta decorrente dos investimentos para a Copa do Mundo, não deve
sentir mudanças na taxa de ocupação que, segundo o estudo, deve se manter em
70% até 2015.
(Fonte :
Business Travel Magazine / imagem divulgação)
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