quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Capital privado, tecnologia e menos imposto: a receita que deixa a aviação brasileira mais competitiva


Melhorias na infraestrutura, favorecida pelo programa de concessões de aeroportos à iniciativa privada; cortes de impostos, que podem influenciar nos preços das passagens; e uso intensivo de tecnologia nos terminais e nas companhias aéreas podem tornar a aviação brasileira mais competitiva nos próximos anos.


Atualmente, na América Latina, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking, atrás do Chile e do Panamá, aponta pesquisa feita pela Amadeus, fornecedora de soluções para o setor de viagens, e a Alta (Associação da América Latina e do Caribe de Transporte Aéreo.


 


Destaques


 


Segundo a executiva, na região, o Brasil se destaca nas políticas de liberalização e crescimento da infraestrutura. Os principais aeroportos estão sendo transferidos à iniciativa privada - mais 22 terminais devem ir a leilão no próximo ano. “(O Brasil) tem feito algo muito importante que é criar hubs em cidades que não sejam as capitais, reduzindo o congestionamento e proporcionando maior eficiência aérea com mais trechos diretos. ”Um dos exemplos citados por Victoria é o aeroporto de Fortaleza, que conseguiu conectar o país sem depender de um único ponto. O terminal da capital cearense atraiu um milhão de passageiros adicionais em apenas um ano graças a esse processo. E a tendência é a consolidação desse caminho, com a prorrogação da parceria entre a Gol e a Air France-KLM por mais cinco anos.


Outro fator que contribuiu para a liberalização do transporte aéreo no Brasil, de acordo com a Amadeus, foi a assinatura de um acordo de céus abertos com os Estados Unidos, que aumentou o tráfego em 14% entre 2017 e 2018. A expectativa é que ele ganhe um impulso adicional após a retirada da exigência de visto para australianos, canadenses, estadunidenses e japoneses. Chineses que tem o visto de entrada para a Europa também não precisam de uma autorização especial para poder entrar no Brasil.


 


Questão tributária na aviação


 


A questão tributária é um dos principais pontos de preocupação para a indústria aérea, destaca ela. A Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci) destaca que existem cerca de 130 impostos e tarifas sobre passagens aéreas na América Latina. “Muitos dos quais não estão destinados a impulsionar a infraestrutura ou cobrir os custos de serviços relacionados à aviação", aponta o relatório da Amadeus e da Alta.


Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), a América Latina é um lugar muito caro para se fazer negócios. Impostos, taxas e políticas governamentais sobrecarregam as companhias aéreas e “sufocam” as viagens aéreas, tornando-as mais caras do que o necessário. Um dos exemplos é o custo do combustível. Segundo a Amadeus, a região é pouco competitiva. Enquanto o custo do combustível correspondeu a uma média global de 24% dos custos operacionais, na América Latina esse percentual supera os 30%. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) reclama que o país é o único no mundo com impostos regionais sobre o combustível de aviação. Mas há sinais de melhora, destaca Victoria Huertas, da Amadeus. Um dos exemplos é o corte do ICMS em alguns estados e no Distrito Federal. As reduções do tributo permitiram compensar o fim da Avianca, que parou de voar em maio, e turbinaram novas rotas aéreas.


 


Pontos fortes da aviação brasileira


 


Os pontos-forte do Brasil são a tecnologia e a facilitação para o passageiro. “Isto é um reflexo da grande penetração de smartphones no Brasil”, cita a executiva. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram que, em agosto, eram 228,2 milhões de terminais para uma população de 210 milhões de pessoas. “O brasileiro é conectado e isso contribuiu desenvolvimento de aplicativos por parte das empresas aéreas, que facilitam o dia a dia no aeroporto.” Um dos destaques, segundo ela, são os cartões de embarque virtuais. “E há aeroportos, como o de Guarulhos, que estão automatizando o processo de leitura desses cartões.”


 


Tendências


 


Segundo a Airbus, um dos maiores fabricantes mundiais de aviões para passageiros, as viagens aéreas na América Latina deverão duplicar nos próximos 20 anos, “graças a uma classe média incipiente e à transformação dos modelos de negócios das companhias aéreas, que farão que as viagens aéreas sejam cada vez mais acessíveis.”  A expectativa é de que, em 2037, sejam feitas cerca de 0,9 viagens por pessoa. A média atual é de 0,4.“A América Latina é um mercado muito interessante para a aviação, dadas as grandes extensões territoriais e a falta de meios alternativos, como trens”, aponta o relatório publicado pela Amadeus e pela Alta.


 


(Fonte : Gazeta do Povo – 04/11/19)

ANAC recebe contribuições sobre futuro dos drones no país



A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) abre, nesta terça-feira (5), para participação social, o processo de tomada de subsídios sobre o futuro das aeronaves não tripuladas no Brasil, popularmente conhecidos como drones. As contribuições serão recebidas até 5 de fevereiro de 2020.

Após mais de dois anos de vigência do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial nº 94 (RBAC-E nº 94), que dispõe sobre os requisitos gerais para aeronaves não tripuladas de uso civil, e considerando o desenvolvimento da aviação não tripulada e a proliferação dessa tecnologia em diversos setores, a Agência identificou a necessidade de rediscutir o assunto para permitir a contínua evolução do mercado em condições seguras.

O anúncio da abertura da tomada de subsídios aconteceu nesta terça-feira durante participação da ANAC no 8º Fórum Empresarial de Drones, que está acontecendo em São Paulo.

A tomada de subsídios é um mecanismo que possibilita a participação da sociedade e de regulados durante as fases preliminares do processo regulatório da Agência e contempla diferentes técnicas de coleta de dados, ideias, sugestões e opiniões sobre determinado tema.

As contribuições serão recebidas eletronicamente, por meio da plataforma AUDPUB, disponibilizada no portal da ANAC, por meio do link a seguir: https://sistemas.anac.gov.br/NovoAudPub/Contribuicao/ManterContribuicao?idAudiencia=2073, no período de 5 de novembro de 2019 a 5 de fevereiro de 2020. 


(Fonte : ANAC – 05/11/19)

Aeroporto de Madri pode se tornar o super-hub da Europa para os sul-americanos



A venda da Air Europa ao Grupo IAG, do qual faz parte a Iberia sua maior concorrente, poderá agitar o Aeroporto Internacional de Barajas, em Madri, consolidando-o como o principal centro de conexões para os passageiros sul-americanos que viajam à Europa.

 


Novas oportunidades




Atualmente, a Iberia já oferece um serviço amplo à região desde sua casa-matriz em Madri e o mesmo acontece com a Air Europa. Respectivamente, elas voam para 13 e 14 destinos na América do Sul num total de 300 voos semanais, segundo a OAG. Quando combinados os destinos, chega-se a 18 cidades atendidas – serão 20 no próximo ano – em 10 países diferentes, a saber: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Durante a conferência para falar da proposta de aquisição da Air Europa, o CEO do IAG, Willie Walsh, fez questão de afirmar que obter uma maior liderança nas operações do Atlântico Sul foi um fator primordial para a decisão.



Super-hub de Madri


 


Para muitos sul-americanos, Madri é o lugar mais fácil de se chegar à Europa, seja pelo idioma, seja pelos preços. Além disso, hoje são duas empresas separadas, mas quando estiverem juntas, suas malhas aéreas ao redor do mundo serão ainda mais completas e isso tem o potencial extraordinário de transformar Madrid num super-hub para os passageiros que vêm do sul.

Além de não existirem tantas opções econômicas em outras cidades europeias, as taxas aeroportuárias da capital espanhola são muito mais baixas do que o restante da Europa ocidental. Portanto, os sul-americanos costumam voar para lá antes de embarcar em voos para cidades como Londres e Paris. A longa relação entre a Espanha e a América do Sul ajudou no processo, resultando na interconexão que os povos têm hoje. Com exceção do Brasil, o idioma comum facilita para os cidadãos de ambas as regiões realizar negócios ou turismo do outro lado do Atlântico.

Além disso, há um incentivo extra para muitos sul-americanos viajarem para Madri quando se trata de trabalho. De acordo com a Expatica, cidadãos de países “hispano-americanos” que moram na Espanha só precisam esperar dois anos antes de solicitar a cidadania, essa regra também aplica para brasileiros. Portanto, com uma conectividade maior entre as duas terras, muitos sul-americanos podem ser incentivados a usar a capital espanhola como porto de chegada.

Muitos países da América do Sul, como Bolívia, Chile e Venezuela, estão passando por incertezas políticas e econômicas no momento. Esses problemas dificultam a manutenção de um padrão de vida dos seus moradores atualmente, que podem buscar a sorte em outro país. O The Guardian relata que, devido à abordagem rígida dos Estados Unidos em relação à imigração, muitos latino-americanos estão escolhendo a Europa como o lugar a quem recorrer.

 


Região importante




No entanto, não são apenas os passageiros da América do Sul que estão usando a conectividade. Muitos cidadãos espanhóis estão se voltando para a América do Sul em busca de oportunidades. Por fim, a Argentina possui a maior quantidade de cidadãos espanhóis fora da Espanha, com mais de 400.000 cidadãos. O voo longo, porém direto, entre Madri e Buenos Aires, torna a migração muito mais simples.

Madri é um importante centro para as operações sul-americanas e está demonstrando possuir um potencial ainda maior. Será interessante ver o que o IAG faz com as novas oportunidades que lhes são apresentadas.


(Fonte : Aeroin – 06/11/19)

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Tráfego aéreo mundial pisa no freio, mas ainda cresce 5,5% em setembro






Atividade de tufões e furacões no período teria impacto na desaceleração, aponta Iata; no Brasil, alta da demanda foi de 3,5%



A demanda aérea mundial (medida em número de passageiros por quilômetro voado, ou RPK) cresceu 5,5% em setembro ante o mesmo mês do ano passado, informou a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). Esse desempenho, no entanto, corresponde a uma desaceleração frente a agosto, quando o indicador avançou 6,4% no comparativo anual, aponta a entidade.

Na América Latina, a demanda aérea mostrou alta de 6,3% ante setembro de 2017, enquanto a capacidade subiu 8,3%, levando a uma queda de 1,5 p.p. da taxa de ocupação, para 80,3%. Especificamente para o Brasil, a Iata reporta que o tráfego no mercado doméstico cresceu 3,5%, e a oferta, 6,0%, implicando redução da taxa de ocupação para 81,1%.



Pelo mundo



Levando em conta todo o planeta, a oferta de assentos (assentos-quilômetros ofertados, ou ASK) aumentou 5,8% ante setembro de 2017. Com isso, houve redução de 0,3 ponto porcentual da taxa de ocupação entre os períodos, para 81,4% - a primeira em oito meses.

"Estimamos que os impactos de severo furacão e da atividade de tufões em setembro tenha cortado 0,1 ou 0,2 ponto porcentual do crescimento esperado (para o tráfego). Entretanto, mesmo considerando esses efeitos, a demanda mensal teria ficado abaixo do ritmo de 6,7% no acumulado do ano", diz a Iata, em nota.

Para o diretor geral e CEO da entidade, Alexandre de Juniac, o tráfego aéreo mundial no último mês refletiu uma "perda de ímpeto antecipada" do estímulo à demanda via tarifas. "A elevação das incertezas sobre políticas comerciais e as políticas protecionistas também podem ter tido algum impacto", escreve de Juniac.






(Fonte : Jornal O Estado de SP - 06/11/18)

Relator da reforma tributária acredita poder votar proposta ainda este ano




 PEC acaba com ISS, ICMS, IPI, PIS, Cofins, Cide, salário-educação, IOF e Pasep, substituindo tudo por um imposto único sobre o consumo chamado de IVA, Imposto sobre Valor Agregado



O relator da PEC da Reforma Tributária, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), disse nesta terça-feira (6) que é possível aprovar o texto até o final do ano. No máximo, ele sugere aprovar as mudanças constitucionais até o fim da legislatura, em 31 de janeiro de 2019.

Segundo Hauly, o texto está próximo de um acordo geral e suprapartidário. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 293/04 está centrada na simplificação do sistema, permitindo a unificação de tributos sobre o consumo e, ao mesmo tempo, reduzindo o impacto sobre os mais pobres.

Hauly afirmou que tanto o presidente Michel Temer como o presidente eleito, Jair Bolsonaro, já se disseram favoráveis para votação ainda em 2018.

“Se o novo presidente da República, Bolsonaro, e o seu coordenador econômico falar ‘a proposta está OK’ nós colocamos em votação no dia seguinte. E a tempo, o Congresso está disponível”, disse.

O presidente Temer, de acordo com Hauly, afirmou que poderá suspender a intervenção no Rio de Janeiro para votar o texto. A Constituição não pode ser emendada em caso de intervenção.



Imposto único



A ideia do relator é acabar com ISS, ICMS, IPI, PIS, Cofins, Cide, salário-educação, IOF e Pasep, substituindo tudo por um imposto único sobre o consumo chamado de IVA, Imposto sobre Valor Agregado. Isso simplificaria o sistema e tornaria mais fácil o fim da incidência cumulativa da tributação, pois em cada fase da produção seria descontado o imposto pago na fase anterior.

“Acho que devemos concentrar nessa primeira fase na arquitetura constitucional, no IVA e no [imposto] seletivo. Vamos aguardar a proposta do Paulo Guedes [futuro ministro da Fazenda] e do Bolsonaro”, afirmou Hauly. Nesta terça, durante evento na Câmara, Hauly disse estar “à disposição” da nova equipe econômica para viabilizar a votação da proposta.

Para o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Rodrigo Orair, há pontos de ajuste no texto, mas ele deve melhorar muito o sistema tributário. “A proposta tem potencial para melhorar muito, gerar meios de produtividade e crescimento para o País”, disse.



Reforma solidária



O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita do Brasil (Anfip), Floriano de Sá Neto, defendeu a chamada reforma tributária solidária como meio para alterar o sistema regressivo brasileiro sem mudar a carga atual. 

“O estudo demonstra que é factível que o Brasil tenha um sistema mais justo e alinhado com experiencias de países mais igualitários preservando equilíbrio federativo e as fontes de financiamento atuais”, disse Sá Neto.

O texto propõe uma reforma tributária para aumentar a arrecadação sobre a renda e reduzir a do consumo, a fim de diminuir a desigualdade tributária do sistema brasileiro.

Hauly elogiou a proposta e disse que ela “coincide 100%” com o diagnóstico feito pelo texto em discussão na comissão.






(Fonte : Ag. Câmara de Notícias – 06/11/18)

Anuário do Transporte Aéreo 2017 traz fotografia do setor em recuperação


Uma compilação dos resultados do setor, o relatório mostra como o conjunto de empresas da aviação comercial brasileira se comportou em um cenário de retomada econômica gradual do país, com alta de 1% do PIB no ano passado, após dois anos seguidos de recessão.



A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) divulga, nesta terça-feira (6/11), os principais indicadores do transporte aéreo no ano passado, com a publicação do Anuário do Transporte Aéreo 2017. Uma compilação dos resultados do setor, o relatório mostra como o conjunto de empresas da aviação comercial brasileira se comportou em um cenário de retomada econômica gradual do país, com alta de 1% do PIB no ano passado, após dois anos seguidos de recessão.

Em 2017, foi transportado um total de 112,5 milhões de passageiros pagos no país, sendo 90,6 milhões em voos domésticos e 21,8 milhões em voos internacionais. Com esse resultado, o sistema de transporte aéreo atendeu 49 milhões de passageiros a mais do que em 2008.

A demanda doméstica do transporte aéreo de passageiros em 2017 cresceu 3,2% em termos de passageiros quilômetros pagos transportados (RPK), ante redução de 5,7% verificada no ano anterior. O indicador cresceu 85% entre os anos de 2008 e 2017, representando expansão média de 7,1% ao ano. O avanço do transporte aéreo foi 5,5 vezes superior ao crescimento do PIB brasileiro e 6 vezes maior que o aumento da população do país na última década.
Principal meio de transporte utilizado pelos brasileiros em viagens interestaduais, quando comparado com o transporte rodoviário, a fatia do modal aéreo passou de 65,4% em 2016 para 67,5% em 2017, ampliando sua participação em 3,2%. Em números absolutos, 82 milhões de passageiros optaram pelo transporte aéreo enquanto 39,5 milhões preferiram o transporte rodoviário no ano passado. Há uma década, em 2008, 43,9% dos passageiros optaram pelo transporte aéreo, enquanto 56,1% escolheram o transporte rodoviário.
A quantidade de voos domésticos e internacionais caiu 2,8% e 0,4%, respectivamente, em 2017 na comparação com o ano anterior. No geral, a quantidade de voos em 2017 foi 2,5% menor em relação a 2016, somando 940 milhões de operações. Entretanto, em dez anos, observou-se um incremento de 23,1%.


Tarifa aérea média doméstica


No ano passado, a tarifa aérea média doméstica praticada foi apurada em R$ 357,16 e o valor médio do quilômetro voado por passageiro (ou yield tarifa aérea médio doméstico) registrou redução real de 3,1% em 2017 na comparação com o ano anterior, apurado em R$ 0,308/km. Quando analisadas as 52 rotas aéreas monitoradas desde o início da série histórica, o valor médio do quilômetro voado apresentou redução real de 60,5% no ano passado, caindo de R$ 0,888 para R$ 0,351.

De cada 100 assentos comercializados em voos domésticos ao público adulto em geral no ano passado, aproximadamente 6 foram vendidos com tarifas aéreas inferiores a R$ 100,00, tendo a maioria (52,9%) sido comercializada com valores abaixo de R$ 300,00.

Em 2017, a Gol seguiu na liderança do mercado doméstico em termos de demanda (RPK), com 36,2% de participação, seguida pela Latam, líder até 2015, com 32,6%. Azul e Avianca obtiveram 17,8% e 12,9%, respectivamente. A Latam teve sua participação no mercado doméstico reduzida em 6,2% na comparação com o ano de 2016, enquanto as demais registraram crescimento: Gol (0,5%), Azul (4,5%) e Avianca (12,8%). Entre essas quatro empresas, apenas a Latam registrou queda na demanda doméstica, da ordem de 3,2%, ao passo que a Avianca obteve o maior aumento: 16,4%. Azul e Gol tiveram alta de 7,9% e 3,8%, respectivamente.


Mercado Internacional


O transporte aéreo brasileiro apresentou aumento de 1,8% no mercado de voos internacionais em 2017, na comparação com 2016, ano em que havia sofrido retração de 3,6%. Na comparação da última década, desde 2008, a demanda dos passageiros por voos internacionais aumentou 64%, com crescimento médio de 5,6% ao ano.

A demanda das empresas aéreas brasileiras, que responderam por 28,8% do transporte internacional de passageiros no Brasil em 2017, cresceu 12% na comparação com 2016, enquanto as empresas estrangeiras registraram uma baixa de 1,8%. Latam, Azul, Gol e Avianca representaram a totalidade das operações das empresas aéreas brasileiras nesse mercado, com participação entre elas de 74,9%, 11,8%, 10,8% e 2,6% respectivamente. A Latam liderou entre as empresas brasileiras e estrangeiras, com 25% do total de passageiros transportados em voos internacionais, seguida da Gol, com 8,6%.


Atrasos e Cancelamentos


Os percentuais de atrasos superiores a 30 minutos e a 60 minutos em voos regulares domésticos foram de 6,9% e de 2,4% do total de etapas de voos realizadas em 2017. O resultado representou piora de 17,0% e de 10,0%, respectivamente, em relação ao ano de 2016. Por sua vez, o percentual de cancelamentos de 10,1% dos voos domésticos programados em 2017 foi 14,2% inferior ao ano anterior.

Nos voos internacionais, os atrasos superiores a 30 minutos e a 60 minutos representaram 7,9% e 3,7% do total de etapas realizadas em 2017. O percentual de cancelamentos foi de 2,7% do total de etapas previstas. O percentual de cancelamentos apresentou melhora no ano passado, em comparação com 2016, com redução de 22,7%. O percentual de atrasos superiores a 60 minutos apresentou redução de 4,2%, ao passo que o percentual de atrasos superiores a 30 minutos permaneceu estável.


Distribuição dos Voos


Em 2017, os três aeroportos com maior número de decolagens foram os de Guarulhos/SP (11,1%), Congonhas/SP (10,8%) e Brasília/DF (7,7%). Juntos, esses aeroportos representaram 29,7% das decolagens em etapas domésticas de voos. Entre os 20 maiores aeroportos, apenas sete apresentaram aumento no número de decolagens. O aumento mais expressivo ocorreu no aeroporto de Recife/PE (+9,2%) e a maior redução ocorreu em Brasília/DF (-8,1%).

Em termos de quantidade passageiros pagos embarcados, as três primeiras posições do ranking foram ocupadas por Guarulhos/SP (12,8%), Congonhas/SP (11,7%) e Brasília/DF (8,9%). O aeroporto de Foz do Iguaçu/PR apresentou a maior alta (17,7%) em número de passageiros embarcados em 2017, na comparação com 2016. Quando considerada a quantidade de embarques em relação à população por região, o Centro-Oeste destacou-se com 75,8 embarques para cada 100 habitantes em 2017, seguido por Sudeste (51,6), Sul (40,5), Nordeste (29,6) e Norte (26,7).

As rotas mais movimentadas foram Santos Dumont-Congonhas, com 4,1 milhões de passageiros transportados nos dois sentidos; Brasília-Congonhas, com 2,0 milhões; e Guarulhos-Porto Alegre, com 1,9 milhão. Um total de 124 aeroportos recebeu voos regulares e não regulares em 2017. Os estados da Bahia e do Amazonas apresentaram o maior número de aeródromos utilizados no ano passado, com 15 cada, seguidos de Minas Gerais, com 11.


Informações detalhadas do setor


O Anuário do Transporte Aéreo de 2017 disponibiliza informações com detalhamento por aeroporto, companhia aérea, rotas (domésticas e internacionais), região e unidade da Federação e dados sobre movimento de passageiros e de carga, frota de aeronaves e quadro de pessoal por companhia, quantidade de voos, número de aeroportos que receberam voos regulares e não regulares, além da participação de mercado, da taxa de aproveitamento das aeronaves, dos percentuais de atrasos e cancelamentos de voos, das tarifas aéreas comercializadas e das informações econômico-financeiras das empresas, entre outras.

Essas informações também podem ser conferidas no Painel de Indicadores do Transporte Aéreo, que reúne de forma ilustrativa os principais indicadores do setor. Clique no link para acessar.

Os dados apresentados no Anuário do Transporte Aéreo são fornecidos pelas empresas aéreas em atendimento à regulamentação específica e passam por constantes procedimentos de auditoria, com vistas a alcançar o maior grau de consistência possível. Por esse motivo, os dados estão sujeitos a alterações.



O Anuário do Transporte Aéreo de 2017 está disponível na seção Dados e Estatísticas do portal da ANAC na internet em http://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas/dados-do-anuario-do-transporte-aereo.






(Fonte : ANAC – 06/11/18)

Aviação comercial na América Latina poderá dobrar em 20 anos


Expectativa é que a região amplie número de cidades conectadas e receba 2.720 aeronaves novas



O número de viagens aéreas na América Latina deve dobrar nas próximas duas décadas, parte pelo crescimento antecipado da classe média na região, que passará de 350 milhões de pessoas para 520 milhões até 2037. O resultado faz parte do estudo conduzido pela Airbus e apresentado hoje no Panamá, durante o ALTA Airline Leaders Forum.

Segundo o estudo Airbus Global Market Forecast, o tráfego de passageiros na região mais do que dobrou desde 2002 e deve continuar a crescer ao longo das próximas duas décadas, passando de 0,4 viagens per capita em 2017 a aproximadamente de 0,9 viagens em 20 anos. Historicamente, o tráfego doméstico é o segmento com o crescimento mais rápido, mas em 2017 o intraregional, que conecta as principais cidades da região, cresceu com mais rapidez que o habitual. Todavia, menos da metade das 20 principais cidades da região estão conectadas por via aérea, o que poderá criar um potencial gerador de tráfego aéreo. Uma das cidades com maior conectividade na região é São Paulo, que possui voos para a maior parte das capitais de países vizinhos, ainda que não ofereça voos para demais cidades importantes. Enquanto cidades como Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, entre outras possuem raros casos de voos para países na região. O mesmo ocorrendo entre os países latinos.

Em 2017, a Cidade do Panamá se uniu a Bogotá, Buenos Aires, Lima, Cidade do México, Santiago e São Paulo na lista de cidades com maior número de voos na América Latina. Acredita-se que em vinte anos, Cancun e Rio de Janeiro devem também estar na lista. A expectativa é que essas cidades representarão um incremento de diário de 150 mil passageiros de longo percurso, demonstrando a expansão do mercado internacional.

“Continuamos a observar um crescimento no setor de transporte aéreo da região, apesar de alguns desafios econômicos”, afirma Arturo Barreira, presidente da Airbus América Latina e Caribe, durante o ALTA Airline Leaders Forum.

A Airbus acredita que a América Latina e Caribe precisará de 2.720 aeronaves novas para o transporte de passageiros e de carga para conseguir atender à crescente demanda. Com valor estimado em US$ 349 bilhões, essa previsão abarca 2.420 aeronaves pequenas e 300 aeronaves médias, grandes e extragrandes. Isso significa que a frota em serviço na região deve mais quase triplicar, passando das atuais 1.420 aeronaves para aproximadamente 3.200 nas próximas duas décadas.



(Fonte : AeroMagazine – 30/10/18)